Boric diz não ter duvidas de que Maduro cometeu fraude nas eleições da Venezuela

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O presidente chileno, Gabriel Boric, expressou fortes dúvidas sobre a integridade das recentes eleições venezuelanas em declarações feitas nesta quarta-feira.

Após uma reunião bilateral com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, Boric afirmou que não reconhece a “vitória autoproclamada” de Nicolás Maduro e sugeriu que houve tentativas de fraude no processo eleitoral.

“Se não [tivessem fraudado], teriam mostrado as famosas atas. Por que não fizeram isso? Se tivessem claramente vencido, teriam mostrado as atas,” disse Boric durante uma coletiva de imprensa no Palácio de La Moneda.

Ele também acusou o governo venezuelano de violar direitos humanos e de iniciar perseguições penais contra opositores, práticas que considerou “inaceitáveis em um país democrático“.

Boric reiterou que não validará os resultados eleitorais até que sejam verificados por “organismos internacionais independentes“, destacando sua desconfiança na “independência nem na imparcialidade das atuais instituições na Venezuela“.

As declarações surgem após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciar a reeleição de Maduro com aproximadamente 51,2% dos votos, um resultado que Boric classificou como “difícil de acreditar“.

Por outro lado, o presidente Lula defendeu o diálogo entre Maduro e a oposição venezuelana, referindo-se a uma nota conjunta divulgada anteriormente por Brasil, Colômbia e México, que solicitava a divulgação dos documentos eleitorais para transparência do pleito.

As tensões aumentaram com a abertura de uma investigação penal pelo Ministério Público da Venezuela contra María Corina Machado, líder da oposição, e Edmundo González Urrutia, candidato opositor nas eleições, sob acusações de anunciarem falsamente um vencedor alternativo nas eleições presidenciais.

Em resposta, María Corina e González emitiram um apelo aos militares e policiais venezuelanos para que “fiquem ao lado do povo” e cessem a repressão contra os manifestantes.

Esta situação escalou com a repressão das forças de segurança a manifestações que contestavam o resultado eleitoral, resultando em pelo menos 24 civis mortos e mais de 2 mil detidos, de acordo com relatos de organizações de direitos humanos.

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