Absurdo! Campos Neto quer aumentar juros no fim de seu mandato

Com a alta do dólar e o aumento dos gastos públicos, presidente do Banco Central sinaliza possível elevação da Selic, gerando polêmica e preocupação no mercado / Paulo Pinto / Agência Brasil

Com a alta do dólar e o impacto do aumento dos gastos públicos nas expectativas de inflação, o Banco Central (BC) informou, nesta terça-feira (6), que está considerando a possibilidade de aumentar os juros do país na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 17 e 18 de setembro.

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Esse movimento surge em um momento de preocupação crescente com as expectativas de inflação e os riscos associados, levando o BC a afirmar que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta”.

Na última semana, o Copom decidiu pela manutenção da Selic em 10,5% ao ano, após um ciclo de sete reduções consecutivas entre agosto de 2023 e maio de 2024. Essa decisão de manter os juros básicos da economia ocorreu pela segunda vez consecutiva. No entanto, os membros do comitê destacaram a necessidade de “maior cautela e acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação”.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, o que estimula a atividade econômica. Por outro lado, quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança. No entanto, isso pode ter reflexos negativos na economia, prejudicando o crescimento e a geração de empregos.

Ameaça de aumento dos juros

Um possível aumento da Selic seria um duro golpe para a economia real. Com juros mais altos, o crédito fica mais caro, desestimulando o consumo e os investimentos. Isso pode levar a um desaquecimento da economia, afetando diretamente o emprego e a renda das famílias brasileiras. Juros elevados tornam o financiamento mais difícil, impactando negativamente o setor produtivo e o comércio.

Em junho, a inflação registrou 0,21%, uma desaceleração em relação a maio, que foi de 0,46%. Apesar dessa queda, a inflação acumulada em 12 meses ainda está em 4,23%, acima da meta estabelecida pelo Banco Central de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. As expectativas para a inflação de 2024 e 2025 estão em torno de 4,1% e 4%, respectivamente.

Impactos no cenário internacional

O cenário internacional adverso também contribui para a volatilidade e a pressão sobre a taxa de câmbio. Taxas de juros mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil. No primeiro semestre de 2024, o dólar acumulou uma alta de 15,15%, impactando os preços domésticos e a dívida externa.

“O cenário global mais incerto e os movimentos cambiais abruptos exigem uma postura de maior cautela,” afirmou o BC. Entretanto, é essencial lembrar que a política monetária brasileira deve focar nos impactos internos e não ser guiada mecanicamente pelas políticas externas.

Trajetória

A trajetória recente da Selic mostrou que é possível controlar a inflação sem sufocar a economia. De março de 2021 a agosto de 2022, a taxa subiu consecutivamente, atingindo 13,75% ao ano. No entanto, com a estabilização dos preços, o BC iniciou cortes na Selic, reduzindo-a sete vezes consecutivas até maio de 2024.

A decisão de aumentar a Selic pode reverter esses avanços e prejudicar a recuperação econômica. É crucial que o BC considere os impactos negativos de uma alta dos juros e busque alternativas que promovam a estabilidade sem comprometer o crescimento e o bem-estar da população brasileira.

Vamos aguardar as próximas movimentações com esperança de que o bom senso prevaleça.

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