Lula reitera pedido das atas eleitorais venezuelanas após encontro com Boric

RICARDO STUCKERT/PR

O presidente Lula reafirmou nesta segunda-feira, 5, o apelo do Brasil pela divulgação das atas eleitorais na Venezuela, defendendo o respeito à soberania popular durante sua visita de Estado ao Chile. O Chile é um crítico contundente da vitória de Nicolás Maduro.

“Também expus as iniciativas que tenho empreendido com os presidentes Gustavo Petro e López Obrador em relação ao processo político venezuelano. O respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados”, destacou.

“O compromisso com a paz é o que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”, declarou Lula em coletiva de imprensa ao lado do presidente chileno, Gabriel Boric.

Lula também enfatizou seu compromisso com a “defesa intransigente da democracia”. Por outro lado, Boric evitou comentar diretamente as eleições venezuelanas:

“Essa visita é sobre a relação entre Chile e Brasil. Sei que poderá haver perguntas sobre outros temas, em particular em relação à Venezuela. Vou me referir a isso amanhã à tarde”.

Na última quinta-feira, os presidentes do Brasil, México e Colômbia pediram que a Venezuela divulgue a apuração detalhada dos votos, em meio à disputa sobre o resultado da eleição presidencial, que tem provocado protestos no país.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela proclamou Nicolás Maduro como vencedor da eleição de 28 de julho, com 51% dos votos. No entanto, a oposição, liderada por Edmundo Gonzalez, não reconheceu os resultados e o autoproclamou presidente.

Em resposta às críticas, a Venezuela expulsou diplomatas de vários países da região, incluindo o Chile. Após a eleição, protestos e confrontos violentos entre forças de segurança e manifestantes ocorreram em Caracas e outras cidades, resultando na detenção de mais de 2.000 pessoas.

Washington, antes da auditoria dos votos, pediu à comunidade internacional que reconhecesse Edmundo Gonzalez como o vencedor da eleição presidencial na Venezuela. Legisladores dos EUA e da UE ameaçaram responsabilizar Maduro se ele não renunciasse voluntariamente como chefe de Estado, classificando os resultados como fabricados.

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