Entidades indígenas e governo discutem marco temporal no STF

Audiência convocada por Gilmar Mendes reúne representantes do Congresso, governo e entidades indígenas para discutir a validade do projeto de lei e ações judiciais relacionadas / Joédson Alves / Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza a primeira audiência da comissão de conciliação que tratará das ações envolvendo o marco temporal para demarcação de terras indígenas. A sessão ocorrerá no plenário da Segunda Turma da Corte e está prevista para começar às 14h.

Convocada pelo ministro Gilmar Mendes, relator das ações apresentadas pelos partidos PL, PP e Republicanos, a audiência visa discutir a manutenção do projeto de lei que reconheceu o marco temporal, além de processos em que entidades indígenas e partidos governistas contestam a constitucionalidade da tese.

Em uma decisão que desagradou aos indígenas, Gilmar Mendes também negou o pedido de entidades para suspender a deliberação do Congresso que validou o marco. As reuniões da comissão devem continuar até 18 de dezembro deste ano.

A audiência contará com um número fixo de representantes. A Articulação dos Povos Indígenas (Apib) terá seis representantes, enquanto a Câmara dos Deputados e o Senado terão três membros cada. O governo federal contará com quatro representantes indicados pela Advocacia-Geral da União (AGU), os ministérios da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Os estados terão dois membros indicados pelo Fórum de Governadores e o Colégio Nacional de Procuradores de Estado, enquanto os municípios indicarão um membro, decidido entre a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).

A tese do marco temporal estabelece que os indígenas só têm direito às terras que estavam em sua posse em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época. Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que validou o marco, apesar de uma decisão contrária do STF em setembro, que foi utilizada pela equipe jurídica do Palácio do Planalto para justificar o veto presidencial.

Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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