Bolsas despencam e dólar desaba em meio a temores de recessão nos EUA

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As bolsas de valores registraram forte queda nesta segunda-feira, 5, enquanto o dólar e o euro desvalorizavam frente ao iene, refletindo a preocupação crescente dos investidores com uma possível recessão nos Estados Unidos.

Na Europa, as principais bolsas iniciaram a semana em queda, puxadas pelos setores bancário e tecnológico, acompanhando as quedas observadas mais cedo na Ásia. Frankfurt recuava mais de 3% logo após a abertura, Paris caía 2,6% e Londres 2,3%. Madri perdia 2,8% e Milão 4%.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos aumentou mais do que o previsto em julho, alcançando 4,3%, o maior índice desde outubro de 2021.

Após a publicação do relatório, os rendimentos da dívida pública caíram significativamente, gerando expectativas de que o Federal Reserve possa reduzir suas taxas de forma mais drástica que o esperado.

Analistas do Deutsche Bank destacam que a magnitude da expectativa do mercado sobre cortes nas taxas do Fed “nos próximos 12 meses só foi observada durante uma recessão”.

Nos mercados de dívida, os rendimentos dos títulos dos Estados Unidos continuaram em queda, atingindo 3,76% durante a manhã, contra 3,79% dos títulos a 10 anos na sexta-feira. Isso reflete o interesse dos investidores em títulos mais seguros que ações, consideradas um ativo de risco.

Nas bolsas asiáticas, as quedas foram ainda mais expressivas. O Nikkei 225, principal índice da bolsa japonesa, que encerrou a sessão de sexta-feira em queda de 5,8%, despencou 12,4% nesta segunda-feira, uma perda de 4.451,28 pontos, a 31.458,42 unidades, um recorde de baixa desde outubro de 1987. O índice Topix, mais amplo, caiu 12,23%, a 2.227,15 pontos.

A bolsa de Taiwan caiu mais de 8% e Seul mais de 9%. As bolsas chinesas registraram quedas mais moderadas: o índice Hang Seng de Hong Kong perdeu 2,13%, o índice composto de Xangai caiu 1,54% e o índice de Shenzhen recuou 1,85%.

O endurecimento da política monetária após anos de taxas negativas, combinado com a desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos, precipitou a valorização do iene, que também foi apoiada pelas intervenções do banco central japonês no mercado cambial.

A moeda japonesa, negociada em julho a quase 162 ienes por dólar, chegou nesta segunda-feira a 141,73 por unidade da moeda americana, um nível não registrado desde janeiro. Na sexta-feira, um dólar era negociado por 146,52 ienes em Nova York.

Um iene mais forte é um fator negativo para os exportadores japoneses.

No mercado cambial, o dólar caiu 2,17% nesta segunda-feira, a 143,35 ienes, e o euro recuou 1,99%, a 156,72 ienes. O bitcoin caiu 11,70%, a 52.217 dólares.

Com informações da Reuters

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