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Exército Brasileiro nega e depois confirma treinamento conjunto publicado em site oficial dos EUA

Ainda em junho deste ano, uma matéria publicada no site oficial do Exército dos Estados Unidos destacou um treinamento de comunicação e marketing destinado a oficiais brasileiros, realizado pelo Comando Sul dos EUA. O objetivo do evento, conforme a publicação, era fortalecer as capacidades de comunicação e marketing dos militares brasileiros, além de reforçar a […]

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O Tenente-Coronel do Exército dos EUA, Angel Jackson, Diretor da Diretoria de Assuntos Públicos e Estratégia de Comunicação, cumprimenta o Tenente-Coronel André Correia, do Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro (CCOMSEx), da diretoria de doutrina e política, na Escola de Informação de Defesa, em 11 de junho de 2024, em Fort Meade, Maryland. Os líderes de assuntos públicos do Exército Sul dos EUA guiaram os oficiais do CCOMSEx através de uma troca de especialistas em múltiplos níveis com os principais estrategistas e educadores de assuntos públicos do Exército dos EUA, de 9 a 14 de junho. A troca tinha como objetivo aumentar a interoperabilidade e melhorar a prontidão das operações de informação na área de operações do Comando Sul dos EUA. (Foto: Maj. Nadine Wiley De Moura)

Ainda em junho deste ano, uma matéria publicada no site oficial do Exército dos Estados Unidos destacou um treinamento de comunicação e marketing destinado a oficiais brasileiros, realizado pelo Comando Sul dos EUA. O objetivo do evento, conforme a publicação, era fortalecer as capacidades de comunicação e marketing dos militares brasileiros, além de reforçar a parceria entre os dois países. A notícia também foi repercutida no site brasileiro, Sociedade Militar.

O encontro ocorreu entre os dias 9 e 14 de junho e foi divulgado no site oficial do exercito americano no dia 21 de julho.

No entanto, apesar das evidências presentes nas publicações americanas e brasileiras, o Exército Brasileiro nega veementemente a realização desse treinamento. Em resposta a um pedido feito via Lei de Acesso à Informação (LAI) feito pela coluna, o Serviço de Informações ao Cidadão do Exército Brasileiro (SIC-EB) afirmou que, após consulta ao Comando de Operações Terrestres (COTER), não foi identificado nenhum treinamento de militares brasileiros por militares americanos na data mencionada.

Posicionamento Oficial

Após o pedido via LAI, a coluna entrou em contato com o a comunicação do Exército Brasileiro para obter mais esclarecimentos. A comunicação do Exército afirmou que se tratou de um intercâmbio entre os dois exércitos, envolvendo áreas semelhantes – o Centro de Comunicação do Exército Brasileiro e seu equivalente nos Estados Unidos. Segundo o Exército, não foi exatamente um treinamento formal, mas uma agenda de troca de experiências e informações, o que é corriqueiro entre as Forças Armadas de países amigos do Brasil.

Por outro lado, a nota americana traz uma declaração do general Richard McNorton, comandante da Escola de Informação e Defesa, onde ele afirma que “(…) Treinar os nossos aliados e parceiros é crucial para melhorar a interoperabilidade, fortalecer as relações estratégicas e garantir a segurança coletiva.”

Pedido via LAI

A negação do Exército Brasileiro levanta sérias questões sobre a transparência e a precisão das informações fornecidas aos cidadãos. A resposta oficial contrasta diretamente com a matéria publicada pelo Exército dos EUA, que detalha atividades de instrução e intercâmbio de conhecimentos entre os dois exércitos. A reportagem americana incluiu até mesmo depoimentos de oficiais, ressaltando a importância e os benefícios do treinamento para ambos os países.

A coluna contestou a resposta oficial do Exército Brasileiro, apontando a discrepância entre as informações oficiais e a publicação americana, destacando a existência da matéria no site das forças armadas dos EUA, confirmando a agenda.

Falta de informações sobre custos e detalhes do treinamento

Além de negar a realização do treinamento, o Exército Brasileiro também não forneceu informações sobre os custos envolvidos, a duração do treinamento ou a grade de conteúdos do curso. Esses detalhes são essenciais para uma avaliação completa do impacto financeiro e logístico do evento. A recusa em fornecer essas informações contribui para a histórica percepção de falta de transparência por parte dos militares.

A contradição entre as informações fornecidas pelo Exército Brasileiro e as publicadas pelo Exército dos EUA destaca a necessidade de uma maior fiscalização, verificação e transparência envolvendo os militares. É fundamental que as instituições governamentais e militares sejam transparentes e precisas em suas comunicações, especialmente em questões que envolvem cooperação internacional e o uso de recursos públicos.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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