O Carter Center, uma organização reconhecida por sua função de observador eleitoral independente, expressou sérias preocupações sobre a integridade do recente processo eleitoral na Venezuela.
Vale destacar que desde 1996, a organização norte-americana atua como observador nas eleições venezuelanas, e suas observações desta vez apontam para múltiplas irregularidades.
De acordo com uma nota divulgada pelo Centro, a falta de resultados desagregados por mesa de votação é uma “grave violação dos princípios eleitorais”.
A organização, convidada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para acompanhar as eleições presidenciais, enviou 17 especialistas ao país.
Eles reportaram que “o processo eleitoral não alcançou patamares internacionais de integridade eleitoral em nenhuma de suas etapas relevantes”.
O presidente Nicolas Maduro foi declarado vencedor pelo CNE, que alegou ter computado 80% dos votos, atribuindo 51,2% a Maduro e 44,2% ao opositor Edmundo González.
No entanto, a falta de transparência nos dados desagregados, como requer a legislação eleitoral, levantou questionamentos.
No Brasil, o presidente Lula cobrou as atas de votação para confirmar o resultado e cumprimentar Maduro, mas até o momento as atas não fora divulgadas.
O Carter Center também destacou um ambiente eleitoral restritivo, afetando a liberdade de atores políticos, organizações da sociedade civil e meios de comunicação.
Segundo o Centro, o CNE demonstrou parcialidade a favor do governo e houve discrepâncias no registro eleitoral, que contava com prazos curtos e poucos locais para inscrição, além de barreiras legais desmedidas para os cidadãos no exterior.
A inscrição de candidatos da oposição foi dificultada, com casos como o de María Corina Machado, que está impedida de exercer cargos políticos por 15 anos.
Além disso, a campanha foi marcada por um desequilíbrio acentuado, com o governo utilizando amplos recursos para propaganda.
Após a missão de observação da União Europeia ser desconvidada por Caracas, o Carter Center se destacou como um observador internacional independente no processo.
Na segunda-feira anterior, a organização já havia solicitado a divulgação das atas eleitorais, essencial para a transparência do processo.
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