Cientistas da NASA, utilizando dados da sonda espacial Messenger, sugerem que Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, pode abrigar uma camada de diamantes de cerca de 16 km de espessura sob sua superfície.
Estudos recentes, divulgados pela Space.com e pelo New York Post, indicam que o manto de Mercúrio poderia ser composto não de grafite, como previamente pensado, mas sim de diamantes preciosos.
Olivier Namur, professor associado da Universidade KU Leuven na Bélgica, explicou que as condições de pressão na fronteira entre o manto e o núcleo de Mercúrio e a riqueza em carbono do planeta sugerem que diamantes, e não grafite, formam-se nesta região.
“Calculamos que, dada a nova estimativa da pressão na fronteira entre manto e núcleo, e sabendo que Mercúrio é um planeta rico em carbono, o mineral de carbono que se formaria na fronteira entre o manto e o núcleo é diamante e não grafite”, afirmou Namur.
A equipe de pesquisa, cujos resultados foram publicados na revista Nature Communications, replicou as condições subterrâneas de Mercúrio em laboratório, alcançando temperaturas de até 3.950 graus Fahrenheit (2.176 °C).
Namur detalhou que os diamantes em Mercúrio poderiam ter sido formados por dois processos principais: a cristalização do oceano de magma e a cristalização do núcleo metálico do planeta.
“A cristalização do núcleo líquido de Mercúrio teria conduzido ao enriquecimento de carbono no derretimento residual. Em algum ponto, um limiar de solubilidade é atingido, o que significa que o líquido não pode dissolver mais carbono e assim os diamantes se formam”, esclareceu Namur.
Segundo ele, o diamante, por ser menos denso que o metal, subiria para o topo do núcleo, formando uma camada que, ao longo do tempo, continuou a crescer.
Essa descoberta não apenas redefine o entendimento geológico de Mercúrio, mas também destaca a complexidade e diversidade dos processos planetários no nosso sistema solar.