Desde a última segunda-feira, governos do Brasil, Colômbia e México enfrentam impasses na elaboração de um comunicado conjunto sobre os recentes resultados eleitorais na Venezuela, conforme reportagem do Globo.
As divergências entre esses países travaram as negociações, levando à possibilidade de uma conferência telefônica entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Gustavo Petro e Andrés Manuel López Obrador.
Fontes diplomáticas revelaram ao jornal que o comunicado ainda não foi emitido devido, em parte, à resistência do México em aceitar termos propostos por Brasil e Colômbia.
Um dos principais pontos de controvérsia é a verificação das atas de votação, com a Colômbia defendendo uma verificação internacional e o Brasil uma abordagem imparcial.
Em Bogotá, o governo de Gustavo Petro expressou preocupações com a possibilidade de polarização violenta na Venezuela, uma situação semelhante à enfrentada pela Colômbia durante mais de 50 anos.
Em resposta à falta de consenso, Petro emitiu uma nota unilateral, enquanto aguardava o resultado das discussões trilaterais. Esse movimento veio após a revelação de uma comunicação entre Lula e o presidente americano, Joe Biden, o que, segundo fontes, incomodou Petro.
No México, a discordância também é notável entre o presidente atual, López Obrador, e a presidente eleita, Claudia Sheinbaum, especialmente sobre a transparência no processo eleitoral venezuelano.
A situação na Venezuela continua a ser um tema delicado na América Latina. Fontes do governo brasileiro enfatizam que o Brasil não buscará ações que possam levar a rupturas diplomáticas, como as vivenciadas anteriormente em outras situações regionais.
Enquanto isso, governos que desafiaram os resultados eleitorais venezuelanos mantêm contato com o Brasil, buscando apoio para resolver questões internas, devido à perda de comunicação direta com o governo de Maduro.
Adicionalmente, a Argentina também se envolveu, com a chanceler Diana Mondino solicitando auxílio ao Brasil para garantir a segurança dos colaboradores de María Corina Machado, que se refugiaram na embaixada argentina em Caracas, onde enfrentaram ameaças das forças de segurança venezuelanas.