Protestos na Venezuela deixam sete mortos em meio a contestações a reeleição de Maduro

JORGE SILVA / REUTERS

Protestos na Venezuela resultaram em pelo menos sete mortes desde a eleição presidencial do último domingo, 28, vencida por Nicolás Maduro, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A oposição, que alega ter vencido o pleito, denunciou o sequestro do líder Freddy Superlano, do partido Voluntad Popular.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Hospitais e da ONG Foro Penal, a primeira morte ocorreu antes da divulgação dos resultados.

Na tarde de domingo, Julio Valerio Garcia, de 40 anos, foi morto após disparos contra eleitores em Guásimos, Táchira, onde ocorreram outras duas mortes. A ONG Foro Penal também relatou mortes em San Francisco, Cabimas, Yaracuy, Aragua e Caracas.

O procurador-geral Tarek William Saab informou que 749 pessoas foram detidas durante os protestos contra a reeleição de Maduro em várias cidades.

O partido Voluntad Popular denunciou o sequestro de Freddy Superlano e exigiu a publicação das atas eleitorais. Em comunicado nas redes sociais, o partido alertou a comunidade internacional sobre a repressão contra ativistas.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil emitiu um alerta consular para brasileiros na Venezuela, pedindo que evitem aglomerações e mantenham-se informados sobre a situação de segurança.

O alerta foi emitido após a proclamação de Maduro como presidente reeleito e os subsequentes protestos em Caracas.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) realizará uma reunião nesta quarta-feira, 31, para discutir a falta de transparência nas eleições venezuelanas. A solicitação foi feita por Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana.

O governo venezuelano expulsou o corpo diplomático de sete países que contestaram o resultado das eleições.

A expulsão, publicada pelo ministro das Relações Exteriores Yván Gil Pinto, afetou diplomatas da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.

A oposição liderada por María Corina Machado não aceitou o resultado do CNE, reivindicando a vitória do candidato Edmundo González.

Segundo o CNE, Maduro recebeu 51,2% dos votos válidos, enquanto González obteve 44,2%. Machado afirmou, sem apresentar provas, que González teria obtido 70% dos votos.

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