Cientistas chineses criaram um conversor analógico-digital (ADC) ultrarrápido para aplicações militares, que pode reduzir o tempo de resposta de receptores de guerra eletrônica de nanossegundos para picossegundos, afirmou a equipe de pesquisadores.
O novo dispositivo, desenvolvido pela Universidade de Ciência Eletrônica e Tecnologia da China (UESTC), promete aumentar a velocidade de detecção e resposta a sinais de radar em 91,46%, proporcionando uma vantagem estratégica significativa para os militares chineses.
Liderada pelo Professor Ning Ning, a pesquisa foi realizada na UESTC, em Chengdu, com apoio do China Electronics Technology Group.
Os ADCs desempenham um papel crucial na guerra eletrônica, convertendo ondas eletromagnéticas analógicas em sinais digitais que podem ser analisados por computadores para ações táticas.
Os ADCs tradicionais enfrentam desafios de alta demanda de energia e geração de calor. A nova tecnologia desenvolvida pela equipe de Ning se inspira em monitores de eletroencefalograma (EEG), que utilizam ADCs acionados por eventos para economizar energia.
Este novo ADC inteligente pode analisar sinais analógicos antes da conversão, iniciando o processo apenas quando um sinal de radar é detectado, economizando mais de 30% de energia.
A tecnologia é baseada em um processo de 28 nanômetros, tornando-a econômica e viável para produção em massa.
Nos últimos anos, a China aumentou significativamente sua capacidade de fabricação de chips, exportando quase 260 bilhões de chips de processo maduro no primeiro semestre deste ano.
Com o suporte de tecnologias avançadas, os militares chineses têm expandido suas capacidades ofensivas. Recentemente, um destróier chinês Tipo 055 bloqueou um grupo de ataque de porta-aviões dos EUA no Mar da China Meridional.
Além disso, navios de guerra chineses operaram perto do Alasca e bombardeiros H-6K realizaram operações conjuntas com aeronaves russas.
O rápido avanço das capacidades de guerra eletrônica da China é impulsionado pelo crescimento da indústria de telecomunicações do país.
A Huawei, principal colaboradora da UESTC, registrou um crescimento de 145,5% no lucro no ano passado, mesmo sob sanções dos EUA, devido a avanços em microchips e tecnologias de ponta.
A Huawei é um dos principais empregadores de graduados da UESTC, onde cerca de 1,6 milhão de estudantes se formam anualmente em engenharia de telecomunicações, mais do que em qualquer outra área.
Com informações do SCMP