Amorim adia volta ao Brasil para fazer análise ‘mais aprofundada’ das urnas venezuelanas

AGÊNCIA SENADO

A missão brasileira em Caracas, liderada pelo assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, teve sua volta ao Brasil adiada para terça-feira, 30, um dia após a data originalmente prevista.

Segundo informações confirmadas por Amorim ao jornal O Globo, o atraso se deve à necessidade de uma análise mais aprofundada das recentes eleições na Venezuela, que culminaram na reeleição de Nicolás Maduro, conforme anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O governo do Brasil, atualmente, não possui elementos suficientes para reconhecer o resultado das eleições.

Em suas declarações, Amorim citou um pensador romano, expressando seu compromisso com a verdade: “sou amigo de César, mas sou mais amigo da verdade. Estou procurando a verdade”.

Durante sua estadia, Amorim e sua equipe planejam consultar observadores internacionais, analistas locais e manter diálogos com governos estrangeiros para obter uma visão clara do processo eleitoral.

Ele já se encontrou com Gerardo Blyde, coordenador da oposição, e discutiu a falta de transparência e a indisponibilidade das atas eleitorais, que são cruciais para a validação dos resultados.

As discussões entre Amorim e representantes de outros países começaram no sábado, 27, e muitos governos estão aguardando a posição brasileira para definir suas próprias posturas.

A missão de Amorim, que também inclui diálogos com entidades como o Centro Carter e enviados das Nações Unidas, busca esclarecer tanto as afirmações do CNE quanto as denúncias de fraude por parte da oposição.

Amorim também comentou sobre a ausência de observadores da União Europeia, criticando a decisão da Venezuela de não convidar a UE, o que, segundo ele, foi um “grave erro” que poderia ter sido evitado.

A delegação brasileira, que se tornou um ponto focal nas discussões internacionais em Caracas, também está em contato com ex-presidentes e líderes regionais, como o ex-presidente dominicano Leonel Fernández, além de manter conversas com governos da Colômbia, México e Estados Unidos, que expressaram ceticismo quanto à legitimidade do resultado eleitoral anunciado.

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