Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, comentou sobre o processo eleitoral na Venezuela ao Blog da Andreia Sadi nesta segunda-feira (29), onde atuou como observador internacional.
Ainda em Caracas, Amorim expressou cautela quanto ao resultado oficial que aponta Nicolás Maduro como vencedor com 51,2% dos votos. Ele ressaltou a necessidade de conferir todas as atas eleitorais, já que o governo divulgou apenas um número geral, sem detalhar como foi alcançado.
Amorim destacou que não se pode afirmar que houve fraude ou que tudo ocorreu perfeitamente. Ele defendeu um regime democrático pacífico para a Venezuela. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestou sérias preocupações sobre o resultado anunciado, questionando se reflete a vontade do povo venezuelano. Amorim considerou prudente o posicionamento americano até o momento.
“O fato principal que nos leva a ser cauteloso é que não deram o resultado público mesa por mesa, porque o governo deu até agora é um número, mas tem que mostrar como chegou nesse número: ata por ata”, fala
“Não sou daqueles que reconhece tudo o que é dito, mas também não vou entrar numa de dizer que foi fraude. É uma situação complexa e queremos um regime democrático para a Venezuela de forma pacífica, continua o assessor especial da Presidência.
Como observador, Amorim notou a calma no processo eleitoral, sem grandes incidentes, aguardando que o governo cumpra a promessa de dar acesso às atas eleitorais.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou Maduro vencedor com 51,2% dos votos, enquanto a oposição alega que Edmundo González venceu com 70%. O resultado oficial das eleições ainda é contestado, tanto pelas candidaturas quanto pela comunidade internacional.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, afirmou acompanhar atentamente a apuração das eleições presidenciais na Venezuela.
Leia a íntegra:
O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração.
Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados.
Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.