Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) não excluiu a possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi novamente indiciado, desta vez relacionado ao caso das joias recebidas da ditadura saudita, conforme relatado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
“Essa tese de que não temos coragem de mandá-lo prender é difundida pelo pessoal do Bolsonaro e por alguns outros no meio político. Em parte, eles têm razão em relação a mandá-lo prender agora. Prisão, se for o caso, só depois de uma eventual condenação do Bolsonaro. Prisão agora, só em casos muito fortes e excepcionais, onde a lei determina”, disse o ministro, sob anonimato.
Em seguida, ele foi questionado se já existem elementos para uma condenação imediata do ex-chefe do Executivo. Ele então respondeu: “No STF, nós não antecipamos problemas.”
A Polícia Federal (PF) enquadrou Bolsonaro nos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, enviará os autos à Procuradoria-Geral da República, que decidirá se apresentará denúncia contra Bolsonaro e os demais envolvidos.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que “há fortes indícios de que os investigados usaram a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao Presidente da República (…) com o intuito de gerar o enriquecimento ilícito do ex-presidente Jair Bolsonaro”.
Só no caso das joias, Bolsonaro pode pegar até 32 anos de prisão. Além do ex-mandatário, outras 11 pessoas foram indiciadas.
Vale destacar que este é o segundo indiciamento de Bolsonaro, que também foi acusado há alguns meses de falsificação de sua carteira de vacina contra a Covid-19. Esses indiciamentos já seriam motivo suficiente para causar uma grande dor de cabeça ao ex-capitão.