As importações de soja da China em junho deste ano registraram um aumento de 10,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados alfandegários analisados pela Reuters nesta sexta-feira.
O país, que é o maior comprador mundial de soja, importou 11,11 milhões de toneladas do grão no mês, frente aos 10 milhões de toneladas adquiridas no ano anterior.
Este aumento ocorre num momento em que a temporada de exportação de soja do Brasil está terminando, e os compradores chineses aproveitaram para estocar grãos a preços reduzidos antes da próxima temporada de exportação dos Estados Unidos, que começa no quarto trimestre.
A produção e os embarques de soja brasileiros foram afetados por excesso de chuvas e fortes inundações em maio, contribuindo para a oscilação no fornecimento.
Apesar do aumento em junho, os embarques de soja para a China no primeiro semestre do ano apresentaram uma leve queda de 2,2%, totalizando 48,48 milhões de toneladas, conforme informações da Administração Geral de Alfândega.
Analistas e comerciantes preveem um recorde nas importações chinesas de soja para julho, estimando volumes entre 12 milhões e 13 milhões de toneladas, em contraste com os 9,73 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado.
Essa expectativa é impulsionada pelos baixos preços atuais e pela preocupação com o aumento das tensões comerciais, especialmente com a possibilidade de Donald Trump ser reeleito presidente dos Estados Unidos em novembro.
Darin Friedrichs, cofundador da Sitonia Consulting em Xangai, destacou que há uma preparação antecipada dos compradores chineses face à incerteza das políticas comerciais que uma possível administração Trump poderia adotar.
“O mercado está precificando o potencial para isso, mas também a incerteza em relação às ações comerciais que podem ser implementadas”, explicou Friedrichs.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve sua previsão para as importações chinesas de soja para a campanha de 2024/25 em 103 milhões de toneladas, estável em relação às estimativas do ano anterior.
Com informações da Reuters