Histeria dos derrotados: Otan quer roubar infraestrutura chinesa para usar na guerra

Passageiros desembarcam na estação ferroviária de Novi Sad em Novi Sad, Sérvia, em 29 de abril de 2024. A ferrovia Budapeste-Belgrado é um dos projetos emblemáticos da Iniciativa do Cinturão e Rota da China. Li Ying/Xinhua/Getty Images



Nota do Cafezinho: Isso é tão inacreditável que soa até uma paródia da realidade. A histeria das lideranças da OTAN parece não ter limites. É triste ver tantos países democráticos se curvarem a essa lógica mesquinha, odienta e apocalíptica.

Enquanto a China investe em infra-estrutura, os países da Otan investem em guerra. Depois vem inventar mentiras de que a China tem “superprodução”. Não. A China investe em infraestrutura e tecnologia, ao invés de investir em guerras. Essa é a diferença.

E agora os países da Otan, os mesmos que negligenciam investimentos em tecnologia e infraestrutura, querem roubar infraestrutura chinesa para usar na… guerra?

Sério?

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Abaixo, a notícia publicada há pouco pela CNN.

Aliados da OTAN estão discutindo a recuperação de algumas infraestruturas de propriedade chinesa na Europa

Oficiais da OTAN estão discutindo tomar medidas para recuperar alguns projetos de infraestrutura de propriedade chinesa na Europa caso um conflito mais amplo com a Rússia eclodisse no leste do continente, disseram três autoridades envolvidas nas discussões.

Há uma década, quando a Europa ainda estava se recuperando da crise econômica global, a promessa de financiamento de infraestrutura por empresas de investimento chinesas parecia um grande benefício.

Agora, com a maior guerra terrestre sendo travada na Europa desde a Segunda Guerra Mundial – e o Ocidente alertando sobre o apoio de Pequim à invasão da Ucrânia pela Rússia – os países da OTAN agora veem esses investimentos como uma responsabilidade, com aliados começando a discutir maneiras de recuperar alguns desses projetos, disseram os oficiais.

O medo, segundo um oficial dos EUA, é que Pequim pudesse usar a infraestrutura que possui na Europa para fornecer assistência material à Rússia caso o conflito se expandisse. O objetivo, disseram os oficiais, é encontrar um caminho a seguir bem antes de qualquer conflito potencial.

As discussões refletem um foco crescente na China pela aliança da OTAN. A declaração conjunta divulgada na quarta-feira pelos 32 líderes, na cúpula do 75º aniversário em Washington, destacou fortemente o apoio de Pequim a Moscou, em um movimento visto como um sinal de progresso pelos membros ansiosos para adotar uma postura mais dura contra Pequim após uma referência semelhante ter sido omitida em 2023.

“A parceria estratégica cada vez mais profunda entre a Rússia e a República Popular da China e suas tentativas mutuamente reforçadas de minar e remodelar a ordem internacional baseada em regras,” afirma a declaração, “são uma causa de profunda preocupação.”

As discussões sobre a tomada de medidas sobre a infraestrutura, segundo três oficiais envolvidos nelas, ainda estão em estágios iniciais e têm visto níveis variados de envolvimento entre os países membros da OTAN. Um diplomata da OTAN sugeriu que os EUA, que estão liderando as discussões, precisariam prosseguir com as discussões em uma base bilateral para garantir o apoio necessário.

De linhas ferroviárias conectando a Europa Oriental à China, a portos localizados no Mar do Norte e no Mar Báltico, a China financiou dezenas de bilhões de dólares em investimentos em infraestrutura sob sua Iniciativa do Cinturão e Rota, que as nações europeias começaram a assinar em 2013.

Um oficial da OTAN disse que, se uma guerra estourasse, a infraestrutura “quase certamente seria nacionalizada, ou as nações assumiriam temporariamente o controle operacional, sob medidas de segurança emergenciais. A China pode processá-los no tribunal posteriormente.”

Oficiais dos EUA veem um precedente para tais aquisições ou vendas em movimentos de nações europeias para forçar a Rússia a vender ativos após a invasão da Ucrânia em 2022. Por mais de um ano, a Finlândia bloqueou repetidamente os negócios do Estaleiro de Helsinque – um produtor de navios quebra-gelo que antes pertencia a uma entidade russa – até que a Rússia, no final de 2023, vendeu a empresa para uma entidade com sede no Canadá.

Um alto oficial dos EUA diz que as discussões se expandiram além de interesses de baixa tecnologia para incluir também interesses de alta tecnologia, como computação quântica, semicondutores e infraestrutura de telecomunicações.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na quarta-feira que a guerra na Ucrânia pode ser o motivo pelo qual as nações europeias e asiáticas se tornaram conscientes de que sua segurança está interligada.

“Talvez isso tenha sido cristalizado pela Ucrânia, quando o Primeiro-Ministro Kishida, do Japão, disse que o que está acontecendo na Europa hoje poderia acontecer no Leste Asiático amanhã. Quando a Rússia cometeu sua agressão, sua renovada agressão contra a Ucrânia, e o Japão se levantou, a Coreia do Sul se levantou, a Austrália, a Nova Zelândia, isso foi um reflexo desse reconhecimento de que esses desafios estão ligados,” disse Blinken no fórum da OTAN.

Mas, enquanto a maioria dos estados membros da OTAN expressou algum nível de preocupação sobre a infraestrutura de propriedade chinesa, dois oficiais envolvidos nas discussões disseram que a França, em particular, tentou transferir as discussões sobre infraestrutura para a União Europeia, que tem autoridade sobre outras questões econômicas.

A tensão da França e de outros países, dizem os oficiais, impactou a linguagem na declaração, com os países argumentando que a OTAN não é a melhor plataforma para desafiar a China – mas muitos estados membros ainda abrigam um medo muito real de que Pequim possa utilizar os ativos físicos contra a aliança no futuro e continuam pressionando para que a aliança defenda-se contra a ameaça.

Falando em Washington, em meados de junho, antes da cúpula, o Secretário-Geral Jens Stoltenberg disse que Pequim deve enfrentar consequências por seu apoio à Rússia no campo de batalha na Ucrânia.

Por Kayla Tausche and Kylie Atwood, para CNN

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