China confirma que seu plano é reduzir a dependência de soja dos EUA

O Brasil continua sendo o maior exportador de soja para a China, devido à forte competitividade da soja local e ao relacionamento comercial estável com a China. / Wenderson Araujo / Trilux via Agência Brasil

A China continuará a diversificar suas fontes de importação de soja após a primeira compra de soja dos EUA relatada pela China em 2024, ocorrida com cerca de sete meses de atraso. A medida visa garantir um fornecimento estável, já que o país ainda depende das importações de soja, juntamente com sua crescente produção doméstica, conforme observaram especialistas.

Os comentários foram feitos após o Departamento de Agricultura dos EUA anunciar, na quarta-feira, que exportadores privados relataram vendas de 132.000 toneladas métricas de soja para entrega à China durante o ano de comercialização de 2024-25.

O acordo é supostamente a primeira compra de soja dos EUA pela China para a próxima temporada, ocorrendo bem depois do momento usual em que a China começa a reservar cargas de soja dos EUA, segundo a Bloomberg na quinta-feira. O relatório indicou que a China começou a comprar suprimentos dos EUA em dezembro de 2022 para o ano de 2023-24, superando o cronograma deste ano em cerca de sete meses.

As importações de soja da China em 2024 provavelmente permanecerão estáveis ou aumentarão marginalmente, com as principais fontes concentradas nas Américas, incluindo Brasil e EUA, disse Li Guoxiang, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times na quinta-feira.

Li observou que o Brasil continua sendo o maior exportador de soja para a China, devido à forte competitividade da soja local e ao relacionamento comercial estável com a China, resultando em um risco relativamente baixo para os importadores chineses.

Li disse que a China ainda precisa importar soja dos EUA, enquanto o cronograma para os importadores chineses fazerem pedidos foi influenciado pelas políticas voláteis dos EUA e pelos esforços de gerenciamento de risco dos importadores chineses.

O pedido feito pelos importadores chineses foi uma escolha para maximizar os interesses comerciais com base na demanda do mercado, disse Gao Lingyun, especialista da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times na quinta-feira.

Foto de soja: VCG

Nos primeiros cinco meses de 2024, Brasil, EUA, Canadá, Rússia e Argentina continuaram sendo os cinco maiores exportadores de soja para a China em termos de valor. A China importou US$ 12,56 bilhões em soja do Brasil, seguida pelos EUA com US$ 6,25 bilhões e pelo Canadá com US$ 531 milhões, de acordo com dados da Administração Geral de Alfândegas (GAC).

Outros países, incluindo Benin, Ucrânia, Uruguai, Etiópia e Tanzânia, também permanecem entre os principais fornecedores de soja para a China, segundo os dados da GAC.

Especialistas enfatizaram a importância de a China continuar a diversificar seus fornecedores de soja, pois o país ainda depende do mercado internacional.

A diversificação das fontes minimizará os riscos de importação para a China, que atualmente depende de poucos grandes fornecedores, pois o fornecimento pode ser interrompido por vários fatores, como clima, restrições comerciais e incertezas resultantes de mudanças nas cadeias industriais e de suprimentos locais, disse Li.

Li esperava que os principais parceiros comerciais para a soja continuassem a estar nas Américas, enquanto há potencial para explorar mais na África e na Europa.

Além de promover importações sustentáveis de soja, a China também vem aumentando os esforços para reforçar a produção doméstica. De acordo com o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais, a China continuará a expandir a área de plantio de soja para mais de 150 milhões de mu (10 milhões de hectares) este ano. O governo apoiará a região nordeste no desenvolvimento de toda a cadeia industrial de processamento de soja e produtos agrícolas relacionados à soja.

Com informações de Agências de Notícias

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