É bomba em cima de bomba!
E não se trata de “Abin paraela”, conforme muitos internautas estão protestando, com razão. Era a Abin oficial, operando de maneira ilegal, bandida, usando servidores da agência, sob ordens diretas de seu diretor!
Abin bandida seria uma expressão mais precisa.
Diálogos trocados entre agentes dessa Abin bandida confirmam que o deputado federal (PL-RJ), Alexandre Ramagem, dava ordens diretas para que os agentes espionassem e atacassem senadores e jornalistas.
Confira alguns prints que constam no relatório, de conversas trocadas entre o policial federal Bormevent, cedido à Abin, e seu parceiro Giancarlo, um militar que também recebia salário da Abin.
Eles falam em “catar podres” de três senadores da república, Renam Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).
Como em todos os diálogos desses arapongas, há um toque cômico, porque eles parecem encontrar dificuldades até mesmo de encontrar o nome completo dos senadores…
Mas não se deve relevar a intenção tenebrosa, e sobretudo o fato de que eles admitem, nos diálogos, que estavam agindo sob ordens diretas do diretor geral da Abin, Alexandre Ramagem.
A PF afirma no relatório, categoricamente, que “as ações clandestinas” tocadas pelos arapongas foram “determinadas sob determinação do MESTRE”. E o Mestre é Ramagem, ainda segundo a PF.
Ramagem agia, por sua vez, sob orientação do “núcleo político” da “organização criminosa” chefiada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Essa é a principal tese da Polícia Federal, com base numa quantidade avassaladora de provas.
Os ataques a estes senadores se dava, em particular, porque eles eram os líderes da CPMI da Pandemia, que vinha desvelando uma série de crimes cometidos pelo governo Bolsonaro.
Na mesma parte do relatório, diálogos entre os mesmos agentes mencionam ações clandestinas de espionagem e ataque de reputação contra a jornalista Vera Magalhães, que nesta data era âncora do programa Roda Viva, na TV Cultura.
A íntegra do relatório da PF pode ser baixada aqui.