“A BYD abrirá uma fábrica na Turquia”, disse a fonte, acrescentando que os detalhes seriam anunciados pelo presidente Recep Tayyip Erdogan.
A notícia chega dias depois de a UE ter imposto tarifas provisórias adicionais de até 38% sobre veículos elétricos chineses, após uma investigação que concluiu que os subsídios estatais estavam prejudicando injustamente os rivais europeus.
Os carros fabricados na Turquia desfrutam de acesso benéfico à UE por meio de uma união aduaneira que data de 1995, e a região de Mármara, ao redor de Istambul, se tornou um dos principais centros da indústria automobilística do mundo.
Grandes fabricantes de automóveis, incluindo Fiat e Renault, abriram fábricas lá no início da década de 1970, seguidas por outras como Ford, Toyota e Hyundai, aproveitando a posição da Turquia na encruzilhada entre Europa, Ásia e Oriente Médio.
A mídia turca informou que a fábrica seria um investimento de um bilhão de dólares da BYD.
Livre de tarifas
O terreno que foi anteriormente alocado para a Volkswagen em Manisa, no norte da cidade portuária ocidental de Izmir, seria doado à empresa chinesa, informou o diário pró-governo Yeni Safak.
“A BYD é a maior fabricante mundial de veículos elétricos e uma das mais avançadas em termos de tecnologia e qualidade de fabricação”, disse o consultor independente Levent Taylan à AFP.
“De fato, este será um investimento para o mercado turco, mas especialmente para o mercado europeu, ao contornar as tarifas alfandegárias impostas aos veículos de origem chinesa”, disse ele.
Ele disse que a BYD tem potencial para vender cerca de 20 a 25 mil veículos por ano no mercado turco e exportar 75 mil para a UE.
“Uma fábrica (na Turquia) com capacidade instalada de 100 a 125 mil veículos por ano seria um investimento razoável”, acrescentou.
De acordo com as novas regulamentações turcas sobre incentivos de investimento, a BYD poderá contornar uma nova tarifa de 40% imposta pela Turquia sobre as importações de veículos elétricos.
A China liderou a mudança global para veículos elétricos, com quase um em cada três carros em suas estradas previstos para serem elétricos até 2030, de acordo com o Global EV Outlook anual da Agência Internacional de Energia.
Os fabricantes chineses de veículos elétricos também aumentaram as exportações, levando muitos países a tomar medidas para proteger suas montadoras.
Eles também começaram a considerar a fabricação no exterior, com a BYD já tendo anunciado planos de abrir sua primeira fábrica europeia na Hungria.
Em julho, a BYD abriu uma fábrica na Tailândia.
A fábrica em Rayong, uma área industrial a sudeste de Bangkok, poderá produzir até 150.000 veículos por ano, de acordo com a empresa, que domina seu mercado doméstico.
Pequim alertou que a medida tarifária da UE poderia desencadear uma guerra comercial.