O inquérito conduzido pela Polícia Federal revela uma série de atividades clandestinas e irregulares envolvendo a estrutura paralela da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). As investigações, detalhadas ao longo de 187 páginas, destacam a existência de três núcleos principais: o Núcleo de Estrutura Paralela, o Núcleo de Propagação e o Núcleo de Presidência. Esses núcleos operavam de maneira coordenada e utilizavam métodos sofisticados de comunicação segura e monitoramento financeiro para evitar rastreamento, com o objetivo de subverter a ordem democrática.
Estrutura e Organização
De acordo com o relatório, a ABIN foi utilizada de maneira indevida para beneficiar um núcleo político específico. O inquérito identificou três núcleos principais operando dentro desta estrutura paralela: o Núcleo de Estrutura Paralela, o Núcleo de Propagação e o Núcleo de Presidência. Cada um desses núcleos desempenhava papéis distintos mas coordenados, com o objetivo de promover ações contra a democracia e garantir a continuidade de determinados interesses políticos.
O relatório da Polícia Federal inclui provas substanciais, como gravações de áudio e vídeo, documentos internos e depoimentos de testemunhas. Um funcionário da ABIN relatou movimentos suspeitos nas instalações da agência, corroborando a existência de atividades clandestinas. Os depoimentos também mencionaram informações confidenciais que indicavam um plano estruturado para ações antidemocráticas.
Caso Marielle
Uma das partes mais preocupantes do inquérito é a ligação entre a estrutura paralela da ABIN e a investigação do homicídio da vereadora Marielle Franco. As diligências policiais identificaram ações clandestinas realizadas pela estrutura paralela, que incluíam a confecção de dossiês de informações sobre o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Daniel Freitas da Rosa, sob ordens do então Diretor Geral da ABIN, Giancarlo. Esses materiais preliminares foram compartilhados, especialmente os “relatórios de inteligência”, que continham referências expressas aos investigados.
Além disso, um resumo das denúncias relacionadas ao caso Marielle foi apresentado. De acordo com o documento, um total de 292 denúncias foram registradas, sendo 72 no ano de 2019. Dentre essas denúncias, não há qualquer informação ligando a família Bolsonaro ao caso. No entanto, há nove denúncias específicas mencionando “Brazão” e 192 denúncias que apontam milicianos como autores do crime. Na semana do homicídio, foram recebidas 52 denúncias relacionadas ao caso Marielle. Segundo a investigação da PF, o documento com o monitoramento foi impresso pelo próprio Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.
O currículo da promotora de justiça do GAECO, Simone Sibilio do Nascimento, também foi incluído no relatório, destacando sua formação e atuação no combate ao crime organizado.
Com base nas informações fornecidas, parece haver evidências de que a estrutura paralela da ABIN, que funcionou durante a gestão do governo Jair Bolsonaro, tinha uma preocupação especial para menções envolvendo membros da família Bolsonaro no caso do assassinato de Marielle Franco. Além disso, a confecção de dossiês e relatórios de inteligência sobre autoridades como procuradores, delegados e promotores ligados ao caso levanta questões sérias sobre possíveis interferências e monitoramento indevido de agentes públicos envolvidos na investigação.
carlos
14/07/2024 - 08h47
Eu não tenho dúvida de que bolsonaro, é a cabeça e o cérebro de toda maldade que causou aos brasileiros, acabou fazendo a trapalhada, que pode inclusive causar o mal a se próprio, resultado de presidente a trapalhão.
Galinzé
11/07/2024 - 19h21
E’ o trabalho da ABIN monitorar tudo que envolve o Presidente da Republica, qual seria a coisa estranha ?
Me parece a Xesima imbecilidade…