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Bomba! Relatório da PF envolve Michelle Bolsonaro

Qual a participação de Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama, na complicada operação clandestina que o seu marido, em cumplicidade com diversos militares e assessores, montou para roubar joias pertencentes ao patrimônio público? Como se sabe, Michelle não foi indiciada. No entanto, ela ainda pode ser, porque o relatório da PF traz diversos indícios que ligam pessoas […]

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Qual a participação de Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama, na complicada operação clandestina que o seu marido, em cumplicidade com diversos militares e assessores, montou para roubar joias pertencentes ao patrimônio público?

Como se sabe, Michelle não foi indiciada.

No entanto, ela ainda pode ser, porque o relatório da PF traz diversos indícios que ligam pessoas muito próximas a ela, como sua ex-assessora Marcela Magalhães Braga, e seu próprio irmão, Diego Torres Dourado, à operação para contrabandear as joias roubadas para os Estados Unidos e vendê-las por lá.

O Cafezinho teve acesso a trechos do Relatório da PF que relacionam essas duas figuras tão próximas da ex-primeira dama aos crimes investigados.

É chocante notar que o entorno de Michelle não tinha nenhum pudor de usar as mais variadas instituições de Estado para levar adiante um assalto vulgar ao patrimõnio público.

O nome de Michelle aparece quando a PF descreve a operação de Mauro Cid para transportar a mala de joias, que viera no avião presidencial, junto com Jair Bolsonaro. Mauro queria levar a mala de Orlando, Flórida, onde a comitiva havia pousado, para Miami, onde residia o pai de Mauro Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid, que assumira a responsabilidade de vende as joias. Cid entra em contato com uma ex-assessora de Michelle, que ela havia conseguido empregar no consulado de Orlando. Cid queria que a assessora o ajudasse a levar a mala de Orlando para Miami.

Em seguida, o nome de Michelle aparece novamente, na boca de Marcelo Camara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, que diz a Mauro Cid que o “irmão de Michelle” havia lhe falado de “uma situação da mala”.

Seria a Michelle uma das “cabeças” da operação para desviar as joias?

Isso explicaria, por exemplo, a postura de Mauro Cid de se arriscar tanto para recuperar as joias femininas retidas no aeroporto de Garulhos. Ele estaria sendo pressionado pela primeira dama.

Trechos do relatório da PF:

Envolvendo ex-assessora de Michelle:

“(…) Inicialmente, no dia 30 de dezembro de 2022, Mauro Cesar Cid envia mensagens para o contato “Marcela PD – 16892761729”, solicitando um apoio para levar a mala para a cidade de Miami/FL. A interlocutora “Marcela PD”, trata-se de Marcela Magalhães Braga.

Notícias em fontes abertas afirmam que Marcela Braga teria sido auxiliar da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e indicada para ocupar cargo no consulado do Brasil em Orlando, nos Estados Unidos. Tal informação justifica o fato de Mauro Cid ter cadastrado o nome de Marcela, seguido das letras “PD”, possivelmente para fazer referência à ex-primeira-dama.”

Envolvendo o irmão de Michelle:

“(…) No dia primeiro de janeiro de 2023, Mauro Cid conversa com o contato “Cel Camara Assessor parlamentar – 556192435152”. Trata-se de Marcelo Costa Camara, nomeado assessor do ex-Presidente Jair Bolsonaro. Inicialmente, Marcelo Camara encaminha uma mensagem para Mauro Cid perguntando sobre a “situação de uma mala”, que o “irmão da dona Michelle teria falado” e que já estaria acertado com Mauro Cid. Em resposta, após tratar de outros assuntos, Mauro Cid afirma que deixou a mala com o Coronel Camarinha, médico do ex-Presidente Jair Bolsonaro e pede para Marcelo Camara intermediar a entrega da mala para o Piquet, para ele levar para a cidade de Miami”

Diego Torres Dourado e sua irmã, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – Foto: Reprodução/Instagram

Trechos do Relatório da PF:

Abaixo, trechos do Relatório da PF que aproximam Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama, da operação para surrupiar as joias pertencentes a União.

Relatório de análise de polícia judiciária nº 2673382.2023 – SAOP/DICINT/CCINT/CGCINT/DIP/PF

De acordo com mensagens identificadas no aplicativo WhatsApp constantes no telefone celular apreendido, Mauro Cesar Cid estaria levando consigo uma mala específica que deveria ter como destino a casa de seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, na cidade de Miami/FL. Entretanto, a chegada da aeronave militar brasileira seria em Orlando/FL. Para que a mala chegasse em Miami, cidade situada a 380 quilômetros de Orlando, Mauro Cid realizou algumas tratativas.

Inicialmente, no dia 30 de dezembro de 2022, Mauro Cesar Cid envia mensagens para o contato “Marcela PD – 16892761729”, solicitando um apoio para levar a mala para a cidade de Miami/FL. A interlocutora “Marcela PD”, trata-se de Marcela Magalhães Braga.

Notícias em fontes abertas afirmam que Marcela Braga teria sido auxiliar da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e indicada para ocupar cargo no consulado do Brasil em Orlando, nos Estados Unidos. Tal informação justifica o fato de Mauro Cid ter cadastrado o nome de Marcela, seguido das letras “PD”, possivelmente para fazer referência à ex-primeira-dama.

A publicação de Marcela Magalhães Braga para a função ocorreu no diário oficial da União de 08 de novembro de 2022.

As mensagens indicam que Mauro Cid tentou usar a estrutura logística do Itamaraty nos Estados Unidos, por meio de Marcela Magalhães Braga, para transportar a referida mala da cidade de Orlando/FL para Miami/FL.

Trecho

As mensagens a seguir descritas revelaram que Mauro Cid não conseguiu usar a estrutura logística do Itamaraty nos Estados Unidos, por meio de Marcela Magalhães Braga, para transportar a mala de Orlando para Miami.

No dia primeiro de janeiro de 2023, Mauro Cid conversa com o contato “Cel Camara Assessor parlamentar – 556192435152”. Trata-se de Marcelo Costa Camara, nomeado assessor do ex-Presidente Jair Bolsonaro. Inicialmente, Marcelo Camara encaminha uma mensagem para Mauro Cid perguntando sobre a “situação de uma mala”, que o “irmão da dona Michelle teria falado” e que já estaria acertado com Mauro Cid. Em resposta, após tratar de outros assuntos, Mauro Cid afirma que deixou a mala com o Coronel Camarinha, médico do ex-Presidente Jair Bolsonaro e pede para Marcelo Camara intermediar a entrega da mala para o Piquet, para ele levar para a cidade de Miami, diz: “E, eu pensei de deixar com o PIQUET pra ele descer pra Miami com esse material. Tinha Como engrenar ai pra buscar com o Coronel CAMARINHA essa mala e entregar por PIQUET amanhã meio dia?”. A pessoa de nome Piquet, trata-se de Cristiano Piquet.

Pesquisas em fontes abertas mostram que o brasileiro Cristiano Piquet seria um empresário do mercado imobiliário da região da Flórida. Cristiano auxiliou a equipe de servidores da presidência a locar e providenciar a adequação do imóvel para a estadia de Jair Bolsonaro na cidade de Orlando/FL, conforme dados constantes no material analisado. Em resposta, Marcelo Camara encaminha um áudio de um Homem Não Identificado (HNI) confirmando que seria possível pegar a mala com o Coronel Camarinha e deixar com Cristiano Piquet. Em resposta, Mauro Cid encaminha o contato do Coronel Camarinha. Seguem as mensagens:

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Natailia

10/07/2024 - 19h26

E porque nao foi indiciada entao ?


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