A análise do CEO da Quaest sobre a última pesquisa

09.07.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em encontro com movimentos sociais do Estado Plurinacional da Bolívia. Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Felipe Nunes, CEO da Quaest, a empresa de pesquisa, escreveu um resumo da mais recente sondagem sobre a opinião da sociedade sobre o presidente Lula e seu governo. Leia abaixo o que ele publicou em suas redes sociais:

Pesquisa Genial/Quaest publicada hoje mostra que aprovação do governo Lula atinge 54% e a desaprovação passa para 43%. Este é o melhor resultado de aprovação do governo no ano, idêntico ao que se observava em dezembro de 2023.

O desempenho positivo foi puxado especialmente pela melhora entre quem tem renda familiar de até 2 salários mínimos: a aprovação subiu de 62% para 69%, enquanto a desaprovação caiu de 35% para 26%. Nos outros estratos de renda não houve variação significativa.

A aprovação também melhorou entre as mulheres. No começo do ano, a diferença entre aprovação e desaprovação era de apenas 6 pontos; em julho, essa diferença triplicou e foi para 18 pontos. Entre os homens, permanece um empate técnico dentro da margem de erro.

Entre os evangélicos, a aprovação do governo também melhorou. Em fevereiro de 2024, a desaprovação era 27 pontos maior que a aprovação nesse segmento. Em julho de 2024, a diferença caiu para 10 pontos. A vantagem do governo Lula entre católicos continua alta, na média, estável em 60% de aprovação contra 40% de desaprovação.

Essa variação na aprovação não veio, contudo, do Nordeste, onde o governo permanece com aprovação média próxima dos 70%, nem do Sul. A variação parece ter sido no Sudeste, já que a desaprovação, que era 7 pontos maior que a aprovação em maio de 2024, ficou do mesmo tamanho em julho de 2024.

Embora seja impossível determinar uma única razão para o crescimento na aprovação do governo, a melhora na percepção da economia entre os mais pobres (diferença entre “melhorou” e “piorou” saiu de -1 para +13 entre fevereiro e julho de 2024) sugere que uma parte da explicação possa estar aí.

O que reforça essa tese é o fato de que a economia está perdendo protagonismo como o principal problema do país. De um ano para cá, caiu de 31% para 21% o percentual de pessoas que afirmam que a economia é o principal problema, enquanto subiu de 10% para 19% o percentual de pessoas que consideram a segurança como o principal problema.

A maior presença de Lula no noticiário, com uma postura de enfrentamento e embate com o Banco Central e os juros, também é relevante nesta pesquisa. No total, 41% dos brasileiros souberam de alguma entrevista recente que Lula concedeu para rádios nas cidades que visitou.

E a população concorda com as falas de Lula: 90% acham que os salários deveriam subir acima da inflação, 87% dizem que os juros no Brasil são muito altos, 84% defendem que a carne consumida pelos mais pobres deveria ser isenta de impostos, e 67% acreditam que o governo não deve satisfação ao mercado.

Outra forma de mostrar que as aparições de Lula têm provocado boa recepção por parte da maioria da sociedade é que 66% concordam com as críticas de Lula à política de juros do Banco Central.

Chama atenção que a população não atribui às falas de Lula o aumento observado do dólar nas últimas semanas.

Embora a população tampouco “compre” totalmente a argumentação de que Campos Neto não usaria critérios técnicos na condução do Banco Central. Metade defende que ele é técnico nas decisões, a outra metade ou acredita que não, ou não sabe dizer.

Este é um tema, dentre os testados na pesquisa, que polariza o eleitorado brasileiro, colocando eleitores de Lula e Bolsonaro em posições opostas.

A pesquisa mostra ainda que a maioria dos programas sociais do governo são conhecidos e aprovados. Farmácia Popular e Bolsa Família puxam a fila; o Novo PAC e o Acredita ainda são desconhecidos por mais da metade da população.

A Quaest ouviu 2.000 pessoas entre os dias 05 e 08 de julho. O nível de confiabilidade do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

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