Frederick Wassef, ex-advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que pagou US$ 49 mil (cerca de R$ 256,5 mil na cotação da época) em dinheiro por um relógio Rolex para evitar a taxação com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Ele participou da “operação recompra” do item e justificou a ação em um formulário preenchido em março do ano passado em uma loja dos Estados Unidos.
“Eu pago em dinheiro porque, se eu usar outra forma, como cartão de crédito, o governo brasileiro cobra caro”, declarou Wassef no formulário, que é obrigatório pela legislação americana para compras acima de US$ 10 mil.
Na ocasião, Wassef viajou aos Estados Unidos para recomprar o relógio, que fazia parte do “kit ouro branco”, um conjunto de joias recebido por Bolsonaro em uma viagem à Arábia Saudita em 2019. A viagem foi realizada após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a devolução dos itens.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), Wassef confessou ter recomprado o item e alegou que conseguiria um desconto de 6,5% (aproximadamente US$ 9 mil) pagando em dinheiro. A PF considera a alegação “pouco verossímil”, pois ele possuía um saldo de US$ 536,4 mil em sua conta bancária no país.