A disponibilidade de carne bovina, junto com a de frango e suíno, esteve no centro dos debates sobre a Reforma Tributária no governo e Congresso. A decisão de incluir ou não esses produtos na cesta básica influenciará diretamente seus preços e a demanda interna. Se desoneradas, as carnes terão preços mais acessíveis e maior consumo.
Independentemente disso, analistas preveem que o consumo de carne bovina continuará forte até o fim de 2024.
Para frango e suíno, a perspectiva é menos promissora, com possível aumento de preços se não incluídos na cesta básica. A consultoria Agrifatto estima um crescimento de 8,8% na produção de carne bovina em 2024, atingindo 9,72 milhões de toneladas. A exportação deve crescer 15,5%, mas a maior parte da produção será consumida internamente, com uma demanda local esperada de 6,48 milhões de toneladas, um aumento de 5,4% em relação a 2023.
O aumento da oferta e a queda dos preços contribuíram para o crescimento do consumo interno em 2024. O diretor da HN Agro, Hyberville Neto, destacou a relação entre disponibilidade de carne, preços e consumo. Com mais abates e produção, a carne é escoada a preços menores. O analista Felipe Fabbri, da Scot Consultoria, citou fatores macroeconômicos como o controle do desemprego e a renda do trabalhador como influências positivas na demanda por carne bovina.
Para 2025, com a mudança no ciclo pecuário, a oferta de carne bovina pode diminuir, afetando o consumo. A desoneração tributária seria essencial para manter o cenário positivo. Por enquanto, o grupo de trabalho da Câmara dos Deputados optou por não incluir as carnes na cesta básica, o que foi criticado pela indústria de aves e suínos. Ricardo Santin, presidente da ABPA, alertou para o impacto negativo no consumidor se as carnes forem tributadas a 60% da alíquota média, aumentando os preços em até 10%.
A decisão final sobre a inclusão das carnes na cesta básica e sua desoneração será crucial para definir o cenário de preços e consumo dessas proteínas nos próximos anos.
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