A Folha publicou, no sábado, 6 de julho, uma matéria cujo título era “Governo cogita cobrar de alunos ricos em federais e mudar Fundeb para ajustar contas”.
Trecho da reportagem:
“Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartar mudanças no piso de despesas com educação, a equipe econômica redirecionou as atenções a outras medidas de ajuste ligadas à área. Entre elas, cobrar mensalidade de alunos ricos em universidades públicas e alterar parâmetros do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
As medidas são analisadas por uma ala do governo e, de acordo com relatos feitos à Folha, fazem parte de um cardápio com mais de cem iniciativas vistas como passíveis de serem colocadas em debate. O objetivo é buscar o reequilíbrio fiscal diante do compromisso de eliminar o déficit nas contas públicas.
A cobrança das mensalidades nas universidades seria voltada apenas a alunos de classes sociais mais favorecidas. A iniciativa teria como alvo parte do universo de 1,3 milhão de estudantes matriculados na rede federal de ensino superior (segundo o Censo da Educação Superior do Inep de 2022).”
A notícia causou enorme polêmica nas redes sociais, naturalmente, porque a ideia de cobrar mensalidade de estudantes mais abastados volta e meia vem a tôna, em geral defendida por setores ultraliberais, mas é sempre rechaçada por especialistas em educação.
O silêncio do governo, em não rebater prontamente a notícia, alarmou (e irritou) ativistas da educação, além da militância política mais ativa nas redes. Primeiro porque se trata de uma ideia positivamente idiota, porque a arrecadação seria insignificante. Segundo porque gera desgaste desnecessário do governo junto às suas próprias bases, especialmente no setor mais ligado à educação, onde os trabalhadores são particularmente politizados.
O Cafezinho entrou em contato com o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e perguntou qual era, afinal, a posição oficial do governo sobre esse tema.
Haddad foi categórico. Esse projeto, de cobrar mensalidades de alunos das universidades federais, nunca passou pela cabeça do governo.
Para o ministro, a matéria na Folha não tem nenhum sentido, e a ideia não pára em pé, econômica, social e juridicamente.
A propósito, a reportagem da Folha não cita fontes, a não ser uma suposta “ala do governo”, mais especificamente da “equipe econômica”.
Bem, o Cafezinho conversou com o próprio chefe da equipe econômica do governo, o ministro Fernando Haddad. E a resposta é não, a ideia de cobrar mensalidade de aluno, rico ou pobre, de universidade federal, não está sendo “cogitada” pelo governo Lula.