O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, afirmou em entrevista ao Canal Livre, da TV Bandeirantes, neste domingo, 7, que a discussão sobre déficit público, dívida pública e o arcabouço fiscal “é secundária se o Brasil focar no crescimento”.
“O País precisa voltar a ter planejamento, com ênfase no crescimento, plano de transição ecológica, Nova Indústria Brasil e PAC. A questão do déficit, dívida, arcabouço é secundária se o Brasil focar no crescimento”, declarou o ex-ministro.
Dirceu destacou que o governo federal atualmente, ao contrário das gestões de 2003 a 2010, não possui recursos suficientes para realizar investimentos públicos.
“Naquela época, havia margem no Orçamento para implementar as políticas e os bancos públicos estavam capitalizados. Essa era uma força que tínhamos no passado. Se não, como o País vai crescer?”, comentou.
“Quem vai investir em infraestrutura, ciência, tecnologia e educação? Não conseguimos finalizar estádios de futebol, VLT. A China construiu 40 mil km de trens de alta velocidade nos últimos anos. O brasileiro precisa reconhecer o potencial do Brasil”, acrescentou.
O ex-ministro sugeriu que o governo brasileiro negocie um acordo comercial com a China para aumentar os investimentos no País, especialmente nas áreas de tecnologia e infraestrutura.
Perguntado sobre o desempenho da esquerda na América Latina, Dirceu avaliou que o balanço dos últimos 30 anos “é fantástico”.
“As esquerdas na América Latina, se fizermos um balanço dos últimos 30 anos, é fantástico. Governamos os principais países, perdemos, voltamos. No Chile, Equador e Brasil já houve alternância. Após a dissolução da União Soviética e das ditaduras militares, foi algo novo para as esquerdas”, concluiu.
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