Os recentes ataques e a postura do presidente argentino de extrema-direita, Javier Milei, têm causado desconforto entre membros do governo brasileiro e irritado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme informações do Globo.
No Palácio do Planalto, há a percepção de que Milei está “quase passando dos limites”. Além de chamar Lula de “corrupto”, o presidente argentino trocou a reunião da Cúpula do Mercosul, no Paraguai, por um fórum internacional de conservadores no Brasil.
Fontes próximas a Lula indicam que ele está bastante contrariado com as ações de Milei, mas tem sido aconselhado a não responder às provocações. Assessores do petista afirmam que Milei mente ao chamá-lo de corrupto, omitindo que, após dois anos preso, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou provas consideradas contaminadas.
Para o Planalto e o Itamaraty, é crucial evitar uma escalada nas tensões entre os líderes das duas principais economias do Mercosul. Até agora, Lula tem seguido a recomendação de não responder com a mesma intensidade às provocações de Milei.
Na semana passada, em entrevista ao portal UOL, Lula exigiu um pedido de desculpas de Milei, afirmando que o presidente argentino disse “muita bobagem”. Milei, no entanto, respondeu que não se desculparia por dizer a verdade e criticou Lula por apoiar o peronista Sergio Massa nas eleições do ano passado.
É importante mencionar que Lula não compareceu à posse de Milei como presidente da Argentina, sendo representado pelo ministro Mauro Vieira. A ausência ocorreu após o chefe do Executivo ter sido insultado por Milei durante a campanha eleitoral, quando foi chamado de “presidiário comunista” e “ladrão”.
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