O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), através do seu Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e Corrupção, apontou indícios de que o vereador Carlos Bolsonaro não possuía recursos financeiros compatíveis com as aquisições feitas em 2010 e 2012.
Em 2010, o vereador adquiriu um carro, pagando R$ 52 mil em espécie, e em 2012, um apartamento no centro do Rio de Janeiro por R$ 180 mil. A informação foi divulgada pela colunista Juliana Dal Piva, no ICL Notícias.
Segundo o relatório do MP-RJ, Carlos apresentou uma variação patrimonial desproporcional aos seus rendimentos líquidos declarados nesses anos, configurando o que o órgão chama de “patrimônio a descoberto”.
Em 2010, sua renda líquida declarada foi insuficiente em R$ 1.281,25 mensais para cobrir suas despesas declaradas, levando à aquisição do veículo. Em 2012, o relatório indica que o vereador teria necessitado de uma renda adicional mensal de R$ 3.294,38 para justificar o aumento patrimonial devido à compra do apartamento.
O MP destacou que tais práticas podem configurar atos de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito, visto que os incrementos patrimoniais não foram adequadamente justificados.
A situação levou à autorização da quebra de sigilos fiscal e bancário de Carlos Bolsonaro e seus assessores pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, como parte de uma investigação sobre peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete do vereador.