A Avibras Aeroespacial, principal fabricante de sistemas pesados de defesa no Brasil, estendeu até o final de julho as negociações de venda para o grupo australiano DefendTex. A decisão veio após a demonstração de interesse da chinesa Norinco em adquirir 49% da empresa brasileira.
Segundo a Folha de S.Paulo, o contrato inicial assinado em março entre Avibras e DefendTex previa o encerramento das tratativas em junho, mas a DefendTex enfrentou dificuldades para obter financiamento de US$ 70 milhões (cerca de R$ 395,9 milhões).
Em junho, o ministro da Defesa brasileiro, José Múcio Monteiro, chegou a afirmar que a DefendTex havia desistido da compra devido a essas dificuldades financeiras. No entanto, com o interesse da Norinco, as partes decidiram estender o prazo das negociações até o final de julho.
“Ambas as empresas estão empenhadas em concluir o processo de aquisição e realizar o aporte de capital a partir do dia 30 de julho, visando a retomada das operações. Novas informações serão divulgadas em momento oportuno”, informou a Avibras em comunicado.
A proposta da DefendTex para adquirir mais de 50% da Avibras é estimada em US$ 200 milhões (aproximadamente R$ 1,1 bilhão), segundo fontes da Folha.
Caso a negociação seja concluída, a Avibras deixaria de ser brasileira, mas manteria suas fábricas no Brasil e honraria os contratos existentes com as Forças Armadas brasileiras.
Integrantes da diplomacia norte-americana alertaram o governo brasileiro que o envolvimento da Norinco na indústria de defesa brasileira poderia resultar em embargos dos EUA, devido à guerra de sanções comerciais entre Washington e Pequim.
A Austrália, um dos principais aliados dos EUA na Ásia-Pacífico, recentemente adquiriu seu primeiro submarino de propulsão nuclear de Washington, com o objetivo de conter a China.