Nesta segunda-feira (1º), a cotação do dólar paralelo na Argentina, conhecido como “blue”, alcançou um novo recorde, sendo negociado a 1.405 pesos para venda, conforme levantamento do portal argentino “Ámbito”.
Este recorde foi atingido poucos dias após o ministro da Economia, Luis Caputo, afirmar que ainda não há previsão para o fim do controle cambial no país.
O preço do dólar subiu 40 pesos hoje, apesar de o Congresso argentino ter aprovado as principais medidas econômicas do governo do presidente Javier Milei, que busca desburocratizar a economia para fortalecer o país.
“Evidentemente, isso está diretamente relacionado com a política e aos anúncios econômicos de Caputo e [Santiago] Bausili (presidente do Banco Central argentino), particularmente no que se refere ao controle cambial. Ao que parece, teremos ele por um bom tempo ‘até que não se deem as condições necessárias'”, disse José Lezama, economista da Fundação Geo de estudos econômicos, citando uma frase usada por Caputo para justificar a manutenção do controle cambial no país.
Outra razão para o aumento do dólar paralelo é a queda na taxa de juros nos últimos meses, o que afetou os investimentos a prazo fixo na Argentina, uma forma popular de investimento entre os argentinos que serve como alternativa à compra de dólares. A queda na taxa de juros tornou esses investimentos menos atraentes, segundo Eric Paniagua, economista da consultoria EPyCA.
“A aprovação da lei de bases deveria ter um impacto maior nas expectativas, mas grande parte da euforia que ela poderia gerar já foi antecipada nos meses anteriores”, acrescentou Paniagua.
Ele também observou que a falta de clareza sobre o fim do controle cambial leva a crer que o dólar continuará escasso, o que impacta negativamente as expectativas do mercado.
Com a alta desta segunda-feira, a diferença entre o preço do dólar oficial (vendido a 932 pesos) e o paralelo chegou a 53,6%.
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