Extrema-direita fica um passo do poder na França e sinaliza fracasso de Macron e esquerda

O presidente Macron diz que uma nova eleição forneceria um “esclarecimento” necessário © Stephane Mahe/REUTERS

As projeções iniciais do primeiro turno das eleições legislativas da França, realizadas no domingo, indicam que a ultradireita pode se tornar a maior força no parlamento pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. O segundo turno das eleições está marcado para o próximo domingo.

O partido ultradireitista Reunião Nacional (RN) liderou com 34% dos votos, seguido pela Nova Frente Popular (NFP) de esquerda com 28,1% e pela coalizão Ensemble! do presidente Emmanuel Macron com 20,3%.

Esses resultados podem resultar em 230 a 280 cadeiras para o RN, enquanto a esquerda poderia obter 125 a 165 cadeiras, e a ex-maioria governamental de Macron entre 70 a 100 cadeiras.

Marine Le Pen, líder do RN e recém-eleita deputada, enfatizou a importância de obter uma maioria absoluta para nomear Jordan Bardella como primeiro-ministro.

A eleição deste ano registrou a menor abstenção em quatro décadas, com 67,5% dos eleitores participando, refletindo o alto interesse no pleito entre os 49 milhões de eleitores franceses.

Bardella, que votou em Garches, um subúrbio de Paris, destacou que aceitará o cargo de primeiro-ministro somente se seu partido obtiver a maioria absoluta das 577 cadeiras da Assembleia, possivelmente através de alianças com outros partidos de direita e centro.

O presidente Macron, por sua vez, votou no balneário de Le Touquet, no norte da França. Após a votação, ele passou tempo conversando com eleitores e tirando selfies.

Jean-Luc Mélenchon, líder da NFP, classificou os resultados como uma derrota significativa para Macron e antecipou a saída de Gabriel Attal do cargo de primeiro-ministro.

Mélenchon anunciou que a NFP apoiará candidatos de centro onde tenham mais chances de derrotar o RN no segundo turno. O sistema eleitoral francês permite que mais de dois candidatos avancem para o segundo turno se alcançarem pelo menos 12,5% dos votos dos eleitores inscritos.

Em resposta aos primeiros resultados das eleições para o Parlamento Europeu, Macron dissolveu a Assembleia Nacional no dia 9 de junho. O sistema eleitoral francês é distrital, majoritário e em dois turnos, com o próximo e decisivo turno marcado para 7 de julho.

De acordo com uma pesquisa do instituto Ipsos, a inflação é atualmente a maior preocupação para os franceses, seguida por criminalidade, imigração e pobreza.

Bardella prometeu, desde o primeiro dia no governo, implementar medidas para melhorar o poder aquisitivo, começando com a eliminação de impostos sobre produtos essenciais.

Com informações da Reuters

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