O presidente russo, Vladimir Putin, assinou oficialmente na quarta-feira a lei de cooperação de seu país com a China no projeto da Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS), enquanto Pequim defende ativamente a participação global na exploração conjunta do vasto universo, incluindo recentemente o Egito e Bahrein na próxima missão Chang’e da China.
O documento relevante foi publicado em um portal oficial russo de informações jurídicas na quarta-feira, informou o Sputnik. No início de março, o governo russo apresentou à câmara baixa do parlamento um projeto de lei para ratificar o acordo com a China.
Cerca de mais 12 países e organizações internacionais aderiram à ambiciosa iniciativa, disse Sergey Savelyev, vice-diretor geral de Cooperação Internacional da agência espacial estatal russa Roscosmos, em maio, de acordo com relatos da mídia.
Isso aumentará o número total de parceiros do ILRS para mais de 30 países e organizações. O ILRS já atraiu mais de 20 signatários de vários países e organizações. Pesquisadores chineses afirmaram que o basalto será considerado um material para construir a base lunar, o mesmo utilizado para erguer a bandeira nacional chinesa orgulhosamente hasteada no outro lado da Lua em 4 de junho.
A construção da base na Lua economizará significativamente em custos comparados à obtenção de materiais da Terra, pois a superfície lunar é rica em basalto, que pode ser cortado em folhas ou tubos para fins de construção, informou a Agência de Notícias Xinhua.
Após a China realizar um pouso perfeito da sonda Chang’e-6 no outro lado da Lua e trazer preciosos solos lunares de volta à Terra, a administração espacial nacional anunciou na terça-feira que uma carga útil desenvolvida em conjunto pelo Egito e Bahrein será embarcada na próxima missão lunar da China – a Chang’e-7, programada para ser lançada por volta de 2026 para pesquisar o ambiente lunar do polo sul, conforme relatado pela Televisão Central da China na terça-feira.
A carga útil é um instrumento de imagem hiperespectral para análise do material da superfície lunar, segundo o relatório.
As cargas internacionais programadas para serem trazidas pela missão Chang’e-7 incluem contribuições de seis países e organizações, nomeadamente Egito, Bahrein, Itália, Rússia, Suíça, Tailândia e a Associação Internacional do Observatório Lunar, sediada nos EUA.
Com o sucesso contínuo da China na exploração do espaço profundo, as perspectivas para sua cooperação internacional continuarão a expandir, conforme observado por Wang Ya’nan, editor-chefe da revista Aerospace Knowledge em Pequim, ao Global Times.
“Por um lado, a China demonstrou, por meio de uma série de missões espaciais bem-sucedidas, uma capacidade e confiabilidade excepcionalmente altas. Isso serve como um pré-requisito para uma boa parceria, onde amostras mais ricas e resultados científicos mais ideais podem ser alcançados”, observou Wang.
Além disso, a China sempre manteve uma atitude aberta e inclusiva em relação à cooperação internacional, o que é raro no complexo cenário global atual, afirmaram especialistas. Enquanto os EUA estão ocupados com a retórica da “ameaça chinesa” em uma suposta corrida espacial, a China tem avançado firmemente e produzido resultados concretos, observaram.
Comentando sobre a colaboração sino-russa na construção do ILRS, Wang observou que isso terá um efeito de “o todo é maior do que a soma das partes”. A vantagem da Rússia reside em sua expertise em astrofísica e química, derivada de sua experiência com missões lunares durante a era soviética. A China pode preencher lacunas da Rússia em recursos e talentos, aproveitando suas vantagens econômicas e de engenharia abundantes.
“O rápido crescimento da China na tecnologia aeroespacial levou ao desenvolvimento de recursos de engenharia confiáveis, incluindo uma estação espacial, vários tipos de espaçonaves e foguetes transportadores. Com investimentos bem planejados e um crescente grupo de jovens talentos, China e Rússia podem se complementar nessa área”, disse Wang.