Quatro mulheres acusam Tales de Carvalho, filho do filósofo Olavo de Carvalho e figura associada ao bolsonarismo, de estupro, tortura física e psicológica. As denúncias também revelam detalhes sobre o Instituto Cultural Lux et Sapientia (ICLS), descrito por elas como uma seita, segundo informações do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Fundado por Tales e seu irmão, Luiz Gonzaga de Carvalho Neto, conhecido como Gugu, há cerca de dez anos, o ICLS oferece cursos online focados em formação humana e espiritual, sem emissão de certificados, pois, segundo o instituto, a formação em si é a prova mais importante.
Calinka Padilha de Moura, ex-mulher de Tales, e suas filhas, Julia Moura de Carvalho e Ana Clara Moura de Carvalho, afirmam que o ICLS segue uma doutrina controversa criada por Gugu, que não só visa atrair financeiramente, mas também encontrar esposas para Tales.
As acusações incluem relatos de uma jovem que abandonou tudo para se casar com Tales, além de outra ex-mulher que foi localizada, mas preferiu não comentar publicamente.
Apesar de se identificar como muçulmano desde 1998, relatos indicam que Tales pratica hábitos que contrariam ensinamentos do Alcorão, como tratamento inadequado às esposas, consumo de álcool e falta de prática religiosa.
Os testemunhos de Calinka, Julia, Ana Clara e de uma jovem que não se identifica são unânimes ao descrever Luiz Gonzaga de Carvalho Neto como o mentor intelectual e espiritual do ICLS, altamente admirado pelos alunos dos cursos.
“Não pode falar mal do mestre [Gugu]. Não pode falar mal, tudo que é de ruim é ‘boato’, é ‘mentira’, são ‘pessoas que estão no interesse por trás, que querem ferrar aquela família’, eles são sempre superbons, não existe maldade ali. Então acaba que quando você está naquele meio de alunos, acaba acreditando naquilo, acha que aquilo é verdade, mas não é”, diz a jovem em anonimato.
Segundo Calinka e suas filhas, Gugu desenvolveu uma doutrina baseada em suas próprias ideias, distorcendo elementos de várias religiões. Elas descrevem a dinâmica do ICLS como uma forma de idolatria em torno de Gugu, onde críticas são desencorajadas e ele é defendido de forma inquestionável.
“A gente foi percebendo que aquilo ali virou uma seita. As pessoas entram no ICLS com promessa de acolhimento, compreensão da própria religião, da realidade, de Deus e de repente estão idolatrando o Gugu, seguindo passo a passo tudo que ele fala”.
Embora Tales e Luiz tenham fundado o ICLS há mais de uma década, a empresa só foi formalmente registrada na Receita Federal em outubro de 2021, sem nenhum dos irmãos Carvalho aparecendo oficialmente como sócio. O capital social registrado é simbólico, de apenas R$ 1 mil.
Com informações do Metrópoles.
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