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O que Biden e Trump debateram sobre a China?

O presidente dos EUA, Joe Biden, criticou as propostas de aumento de tarifas do ex-presidente Donald Trump durante o primeiro debate presidencial de 2024, enquanto o candidato republicano acusou Biden de estar “com medo” de lidar com a China e aumentar o risco de conflito global. Falando na quinta-feira nos estúdios da CNN em Atlanta, […]

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Telas de TV mostrando o presidente dos EUA, Joe Biden, e Donald Trump durante uma festa em Washington. / Foto: Reuters

O presidente dos EUA, Joe Biden, criticou as propostas de aumento de tarifas do ex-presidente Donald Trump durante o primeiro debate presidencial de 2024, enquanto o candidato republicano acusou Biden de estar “com medo” de lidar com a China e aumentar o risco de conflito global.

Falando na quinta-feira nos estúdios da CNN em Atlanta, Geórgia, Biden acusou Trump de planejar fazer o americano médio pagar US$ 2.500 a mais por ano com sua proposta de impor uma tarifa de 10% ou mais em todas as importações. “Ele vai aumentar os impostos sobre as pessoas da classe média”, disse Biden.

Trump defendeu seu plano, observando que Biden manteve grande parte das tarifas impostas sobre centenas de bilhões de dólares em bens chineses por sua administração. “A China vai nos possuir se você continuar permitindo que eles façam o que estão fazendo conosco como país. Eles estão nos matando como país, Joe”, disse o ex-presidente, acusando Biden de ser um “candidato manchuriano” no bolso da China.

Em vez de aumentar os preços para os consumidores, Trump afirmou que seu plano levaria países como a China a “nos pagar muito dinheiro, reduzir nosso déficit tremendamente e nos dar muito poder para outras coisas”.

A economia foi um dos principais focos do debate de quinta-feira, com cada lado acusando o outro de aumentar o déficit dos EUA durante suas respectivas presidências.

Os comentários de Trump vêm após sua administração tomar uma série de ações visando as práticas comerciais da China – desencadeando uma guerra comercial que definiu as relações econômicas entre EUA e China na presidência de Biden. Trump também anunciou um novo plano para impor uma tarifa de mais de 60% sobre os bens chineses – uma medida que muitos economistas criticaram por seus potenciais efeitos sobre os consumidores – embora essa proposta não tenha sido discutida na quinta-feira.

Biden, por sua vez, anunciou novas tarifas sobre cerca de US$ 18 bilhões em bens chineses, em grande parte não sobre os fluxos comerciais atuais, mas sobre tecnologias emergentes como veículos elétricos e semicondutores.

O presidente dos EUA defendeu seu histórico de criação de empregos na quinta-feira, ocasionalmente tropeçando nas palavras. “50 milhões de novos empregos. 800.000 empregos na manufatura”, declarou ele. Ele também destacou os esforços que fez para reduzir a dependência dos EUA em chips estrangeiros, que são fabricados principalmente na Ásia, observando que US$ 40 bilhões já foram investidos e fábricas de semicondutores estão sendo construídas nos EUA agora para criar novos empregos americanos.

Os dois candidatos também apresentaram visões marcadamente diferentes para o lugar dos EUA no mundo.

Fortalecer e forjar novas alianças têm sido uma parte central da política externa da administração Biden na Ásia e de forma mais ampla. Trump, por outro lado, expressou opiniões críticas sobre alianças como a OTAN, repetidamente dizendo este ano que não defenderia os países membros da OTAN que estão “inadimplentes” em contribuir para o orçamento de defesa do grupo.

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente dos EUA, Joe Biden. Foto: CNN via ZUMA Press Wire/dpa

Na quinta-feira, Biden criticou o histórico de Trump, incluindo suas ameaças de retirar os EUA da OTAN. Trump, em resposta, disse: “A única razão pela qual [Biden] pode brincar com a OTAN é porque eu os fiz colocar centenas de bilhões de dólares”.

O ex-presidente respondeu de forma semelhante às críticas de Biden sobre sua retirada dos Acordos de Paris de 2015 sobre o Clima, um tratado internacional para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, observando que isso teria custado aos EUA “um trilhão de dólares” e países como Rússia e China nada.

Trump, invertendo a crítica sobre sua falta de envolvimento com outros países, afirmou que a reputação americana havia declinado sob Biden e que líderes mundiais, incluindo o presidente chinês Xi Jinping, Kim Jong-un da Coreia do Norte e o presidente russo Vladimir Putin, não “respeitam” ou “temem” o atual presidente.

Ele acrescentou que Biden tinha políticas militares “insanas” e o acusou de levar os EUA “mais perto da Terceira Guerra Mundial”.

Biden, por sua vez, defendeu a reputação da América sob sua presidência: “Somos o país mais admirado do mundo. Não há nada além da nossa capacidade”.

“Ninguém acha que somos fracos. Ninguém quer brincar conosco”, disse ele.

Os dois candidatos presidenciais falaram com dois moderadores, mas sem público presente. Faltando cerca de cinco meses para o dia da eleição, o debate é o mais cedo de todos os tempos – semanas antes das convenções de nomeação dos partidos.

As pesquisas mostram uma disputa acirrada nacionalmente e nos estados decisivos de Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.

Embora Biden tenha criticado Trump por ter a “moral de um gato de rua” na quinta-feira, a condenação criminal de Trump no mês passado não levou a mudanças significativas em seus números nas pesquisas.

Biden e Trump são os candidatos mais velhos a concorrer à presidência dos EUA. Biden, que completará 82 anos algumas semanas após a eleição de 5 de novembro, tem suportado a maior parte das perguntas relacionadas à idade. Trump completou 78 anos este mês. Ambos foram questionados sobre sua idade na quinta-feira, com Trump criticando Biden várias vezes sobre o assunto.

Via South China Morning Post.

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Sergio Furtado Cabreira

28/06/2024 - 09h04

Lembram, e muito, os últimos imperadores romanos que, em desespero pelo fim previsível e próximo do Império Romano, tomavam medidas alucinadas!


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