O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou nesta sexta-feira que a dívida pública de Minas Gerais, atualmente avaliada em R$ 170 bilhões, foi um fator determinante para o que classificou como o “fracasso” do mandato do ex-governador Fernando Pimentel (PT).
Lula afirmou que o atual governador, Romeu Zema (Novo), está se beneficiando de uma liminar obtida por Pimentel que suspendeu o pagamento do débito à União.
“A dívida de Minas Gerais levou o Pimentel a ser um governante que teve um fracasso muito grande porque ele teve que pagar uma dívida e quando ganhou o processo no final do mandato, o Zema que tirou proveito disso porque o Pimentel passou quatro anos sem pagar funcionário público, fornecedores, porque tinha que pagar o governo federal. Quando a ministra Rosa Weber deu a liminar, o Pimentel não usufrui disso, quem usufrui o Zema que faz seis anos que não paga a dívida, que chega a R$ 170 bilhões de reais,” disse Lula em entrevista ao programa ‘Café com Política’, da ‘FM O Tempo’.
A liminar citada pelo presidente expira no próximo dia 13, após duas prorrogações solicitadas pelo governo de Minas Gerais neste ano. Lula também rebateu uma declaração do vice-governador, Mateus Simões (Novo), que afirmou não ter tido oportunidade de conversar com o presidente.
“Eu conversei com o vice, ele sentou na mesma fila de cadeiras que cheguei. Conversei com ele na chegada e na saída e ainda procurei ele para dizer para o governador que estamos cuidando da dívida. Obviamente que gostaria que os governadores estivessem presentes. Eu nunca deixei de convidar o governador. Eu respeito ir ou não ir. Mas porque é importante estar presente? É uma demonstração para a sociedade que essa gente está tentando resolver os problemas desse país,” disse Lula.
Sem mencionar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula criticou seu antecessor, comparando suas realizações em Minas Gerais com as do governo anterior.
“O que nós fizemos em um ano em Minas Gerais de recuperação de estradas estragadas foi quatro vezes mais que no governo passado porque no governo passado era só lero lero, só xingamento, fake news, desaforo, ofensa. Ofendia mulher, Supremo Corte, a mulher do Macron,” afirmou o presidente.
A entrevista foi realizada durante a visita de Lula a Minas Gerais. O presidente chegou ao estado na quinta-feira, onde foi recebido pelo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e teve compromissos em Contagem.
Nesta sexta-feira, Lula fará anúncios nas áreas de saúde e educação em Belo Horizonte e, à tarde, estará em Juiz de Fora. Os eventos ocorrem sem a presença do governador Romeu Zema, que recusou o convite do governo federal devido a compromissos no Norte do estado.