A China está iniciando a construção da maior rede de rios artificiais do mundo, com um custo estimado de US$ 62 bilhões. O objetivo é transportar água doce do sul para as regiões industriais do norte do país.
Desde os tempos antigos, a China enfrenta desafios na distribuição de água. O sul possui abundância de recursos hídricos, enquanto o norte sofre com escassez.
Para solucionar esse problema, o governo chinês iniciou o projeto de transferência de água de Sul para Norte, que envolve três rotas principais: Leste, Central e Oeste. Cada rota possui sua própria rede de canais e túneis para transportar água.
Rota Leste
A rota Leste começa perto da cidade de Yangzhou, utilizando um ramal do Rio Yangtsé. A água é bombeada para o Grande Canal Jing-Hang, o maior canal artificial do mundo, e transportada para Tianjin, ao noroeste de Pequim. A construção desta rota iniciou em 2002 e foi concluída em 2017, entregando cerca de 1 bilhão de metros cúbicos de água por ano.
Rota Central
A rota Central tem início no reservatório de Danjiangkou, cuja barragem foi elevada em 15 metros para permitir o fluxo de água. Este ajuste exigiu a realocação de mais de 300 mil pessoas.
Concluída em 2014, a rota Central se estende por mais de 1.200 km, transferindo até 12 bilhões de metros cúbicos de água anualmente para Pequim e outras regiões do norte.
Rota Oeste
Ainda em fase de planejamento, a rota Oeste será a mais desafiadora, envolvendo a construção de túneis através do Planalto Tibetano. Esta rota está prevista para ser concluída até 2050 e terá a capacidade de entregar até 17 bilhões de metros cúbicos de água por ano.
Impactos e Desafios
Apesar dos benefícios esperados para as regiões do norte, o projeto enfrenta críticas por seus impactos ambientais e sociais.
A construção de canais e túneis interrompe o fluxo natural dos rios, causando a seca de centenas de rios menores. A contaminação das vias navegáveis artificiais por resíduos industriais também é uma preocupação constante.
O custo total do projeto é elevado e a manutenção da extensa rede de canais e aquedutos exigirá investimentos contínuos. No entanto, o governo chinês acredita que o projeto é essencial para garantir a sustentabilidade hídrica do país.
O plano da China para construir a maior rede de rios artificiais do mundo é uma tentativa de resolver a crise hídrica no norte do país. Com investimentos massivos e complexidades técnicas, o projeto busca garantir água doce para milhões de pessoas, mas enfrenta desafios ambientais e sociais significativos.