Barroso: Democracia enfrenta ‘prova de fogo’ com avanço da extrema-direita

Foto: Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que o mundo enfrenta uma “prova de fogo” para preservar a democracia diante da ascensão da extrema-direita em vários países. Barroso fez essa declaração durante um evento organizado por estudantes brasileiros na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

“A democracia brasileira viveu uma grande prova de fogo como o mundo tem vivido uma prova de fogo na preservação da democracia pela ascensão de uma extrema-direita intolerante em muitas partes do mundo, pela utilização dos discursos de ódio e da desinformação como estratégia de atuação política. E, em muitas partes do mundo, pela captura do sentimento religioso, com o uso abusivo em matéria política”, afirmou o magistrado.

Ele também mencionou o avanço da desinformação e dos discursos de ódio, destacando que as sociedades precisam fazer com que mentir “volte a ser errado”. Barroso enfatizou que a democracia deve acolher todas as correntes político-ideológicas, desde que respeitem as regras do jogo e os resultados eleitorais.

Apesar dos desafios, Barroso acredita que o Brasil tem conseguido preservar suas instituições democráticas estabelecidas pela Constituição de 1988.

Na palestra, Barroso defendeu a regulação das plataformas digitais, argumentando que o mundo se tornou tribalizado e que as redes sociais reforçam o “viés de confirmação”. Segundo ele, as pessoas estão cada vez mais lendo as mesmas coisas e se radicalizando, o que cria tribos com narrativas próprias que não compartilham mais os mesmos fatos.

“Isso é muito grave. O ideal é que as pessoas formem as suas opiniões a partir de verdades relativas mas pré-estabelecidas. E nesse mundo das plataformas digitais as pessoas criam as suas próprias narrativas. Precisamos fazer com que mentir volte a ser errado de novo”, conclui o presidente do STF.

O debate sobre a regulamentação das redes sociais está parado no Congresso Nacional. Uma proposta foi aprovada pelo Senado, mas não avançou na Câmara dos Deputados. Os defensores da regulamentação argumentam que é necessária para combater movimentos inautênticos e discursos de ódio, responsabilizando as grandes empresas de tecnologia. Por outro lado, os opositores temem que a proposta possa cercear a liberdade de expressão.

Com informações do g1.

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.