O governo Lula (PT) está negociando com produtores de arroz para encontrar alternativas que reduzam o preço do arroz e evitem a necessidade de um novo leilão do produto. No dia 11, o governo anulou um leilão devido a suspeitas de irregularidades, que Lula chamou de “falcatrua” nesta sexta-feira (21).
Nesta semana, representantes da Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul) se reuniram com os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além do presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, para discutir o assunto. Os produtores de arroz se comprometeram a apresentar uma proposta na próxima semana.
O edital para um novo leilão está sendo elaborado com a participação da AGU (Advocacia Geral da União) e da Controladoria-Geral da União (CGU) para minimizar o risco de irregularidades. No entanto, parte do governo espera que um acordo com os produtores evite a necessidade do leilão.
“Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. E, depois, tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua numa empresa. Por que eu vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Que compre a R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá pra ser um preço exorbitante“.
Lula
O leilão para a importação de 263 mil toneladas de arroz foi cancelado devido a indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras. A medida foi tomada antecipando um possível desabastecimento causado pelas cheias no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional do cereal. O governo planeja realizar um novo leilão.
Além disso, foi descoberto que um ex-assessor parlamentar do secretário de Política Agrícola, Neri Geller, intermediou a venda de 44% do arroz no leilão. O profissional foi exonerado do Ministério da Agricultura, liderado por Carlos Fávaro.
Durante uma audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura minimizou as possíveis irregularidades no leilão e explicou que a anulação foi feita para evitar qualquer conflito de interesse, já que envolvia um servidor do ministério.
Com informações do Blog da Julia Duailibi.