Lira enquadrado

O projeto de lei Antiaborto por Estupro foi criticado pela sociedade civil por alterar o Código Penal para equiparar a punição ao aborto, após 22 semanas de gestação, à de homicídio simples. Foto: Agência Brasil

Lira sente o golpe e diz que vai dar um tempo de pautas bolsonaristas e focar em economia; quer aprovar reforma tributária antes do recesso no meio de julho.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reconheceu aos aliados que sofreu desgaste ao acelerar a tramitação do projeto de lei Antiaborto por Estupro e indicou que freará projetos polêmicos.

O deputado sinalizou a um dirigente do centrão que propostas como a proibição de delações premiadas de presos e anistia a partidos políticos só serão analisadas no segundo semestre.

Agora, o foco é na aprovação da regulamentação da reforma tributária antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho. A expectativa é que os relatórios dos grupos de trabalho sejam apresentados na primeira semana de julho para votação na semana seguinte.

Desde o início, Lira se posiciona como fiador da reforma tributária, buscando deixar uma marca em sua gestão.

Após aprovar a urgência do projeto Antiaborto por Estupro em votação-relâmpago, o presidente da Câmara anunciou a criação de uma comissão para debater o projeto no próximo semestre.

No dia da votação, ele não anunciou qual projeto estava sendo votado, causando confusão entre os deputados.

O projeto de lei Antiaborto por Estupro foi criticado pela sociedade civil por alterar o Código Penal para equiparar a punição ao aborto, após 22 semanas de gestação, à de homicídio simples.

Lira recuou após a repercussão negativa e a falta de apoio no Senado. Manifestações contra a proposta foram organizadas, e ele foi alvo de críticas pessoais. O deputado reclamou das críticas e do ataque pessoal durante uma reunião de líderes.

O líder da Câmara também demonstrou contrariedade com publicações nas redes sociais que associavam o projeto a ele com o título “PL do Estuprador”.

Após isso, ele pautou a PEC de anistia a partidos políticos, mas recuou após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sinalizar que não apoiaria a tramitação do texto agora. Lira avisou que só pautará a PEC da anistia se Pacheco apoiar sua análise no Senado.

O projeto que proíbe a delação premiada de pessoas presas também teve a urgência aprovada em outra votação-relâmpago conduzida por Lira. A aprovação é dada como certa na Câmara e no Senado, mas ele deve segurar a proposta por um tempo.

O presidente da Câmara propôs uma alteração no regimento interno para punir deputados por quebra de decoro, mas recuou após pressão dos parlamentares. A urgência foi aprovada, mas Lira teve que recuar na votação do mérito.

O Congresso atual é conservador e influenciado pela bancada evangélica. O deputado alagoano colocou em discussão propostas ligadas a valores e costumes para consolidar apoio desses deputados para a eleição do próximo presidente da Câmara em 2025.

Com informações da Folha.

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