Na entrevista concedida à Rádio CBN nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a pressão por redução dos gastos governamentais e a desoneração de setores econômicos. Ele destacou a necessidade de não prejudicar os mais pobres nas políticas de ajuste fiscal e criticou os benefícios concedidos a grupos mais ricos.
Lula enfatizou que as exigências por cortes geralmente provêm de quem se beneficia de R$ 546 bilhões em isenções fiscais.
“Não me venham querer que se faça ajuste em cima do povo pobre deste país”, declarou, expressando disposição para debater o orçamento com todos os setores da sociedade, buscando proteger os mais necessitados.
O presidente também tocou no tema da contrapartida dos empresários frente às isenções que recebem.
Questionou a falta de garantias aos trabalhadores, como estabilidade no emprego e aumento salarial, apesar dos benefícios fiscais que os empresários acumulam.
Adicionalmente, Lula discutiu a necessidade de ajustes para suportar os custos crescentes da previdência social, destacando o alto valor das isenções e desonerações em comparação aos gastos previdenciários.
“É preciso consertar e a gente vai consertar dos dois lados”, afirmou, referindo-se ao equilíbrio entre isenções e despesas necessárias.