Depois da Atlas Intel, que trouxe Lula com aprovação estável em 51%, o que por si foi uma excelente notícia para o governo, agora temos uma outra pesquisa importante, o Datafolha, confirmando que a fase de “inferno astral” passou.
Segundo o Datafolha, a avaliação positiva do governo Lula (ótimo/bom) oscilou para cima em 1 ponto, de 35% para 36%. A rejeição, por sua vez, caiu 2 pontos, de 33% para 31%, de maneira que o intervalo entre aprovação e rejeição saiu de 2 pontos em abril para 5 pontos agora.
Apesar de permanecer dentro da margem de erro, a oscilação sinaliza uma reversão de tendência, ou de uma suposta tendência, e mostra que os profetas do apocalipse haviam, como diria Mark Twain, exagerado um pouco.
Abaixo, um resumo da pesquisa:
Aprovação de Lula chega a 36%, reprovação cai para 31%
Uma nova pesquisa do Datafolha revelou que a aprovação do trabalho do presidente Lula (PT) manteve-se estável, oscilando de 35% em março para 36% em junho. A reprovação, por sua vez, caiu de 33% para 31%, enquanto a avaliação regular passou de 30% para 31%. Essa leve melhora na percepção do presidente ocorre apesar da margem de erro de dois pontos percentuais.
Essa pesquisa marca um ano e seis meses do terceiro mandato de Lula e foi realizada entre 4 e 13 de junho com 2.008 eleitores em 113 municípios brasileiros. A pesquisa inverte a curva negativa de aprovação que vinha se desenhando desde o final do ano anterior.
Economia e Expectativas
Os índices relacionados à economia permaneceram estáveis. Cerca de 40% dos entrevistados têm expectativas positivas em relação à economia, 28% preveem piora e 27% acreditam que tudo permanecerá igual. Em março, esses índices eram 39%, 27% e 32%, respectivamente.
Os mais otimistas incluem jovens de 16 a 24 anos (47%), pessoas com menor escolaridade (50%) e moradores do Nordeste (53%). A percepção positiva sobre Lula é maior entre os nordestinos (48%) e pessoas com até o ensino fundamental (53%).
Percepções por Faixa Etária e Renda
Entre os jovens, a percepção de Lula é mais regular (48%) do que positiva ou negativa, com empate em 25% de aprovação e 24% de reprovação. Em relação à economia, 27% acreditam que o cenário do país melhorou, enquanto 29% veem essa melhora em suas vidas pessoais. No geral, 42% acham que a situação econômica piorou, mas apenas 24% têm essa percepção em suas finanças domésticas.
Crise e Enchentes
As enchentes no Rio Grande do Sul, um evento significativo no período da pesquisa, não influenciaram as opiniões dos moradores da região Sul. A percepção pessoal e geral sobre a economia na região permanece na média, com 36% dos moradores sendo pessimistas quanto ao futuro.
Percepção de Melhorias
Entre aqueles que ganham até dois salários mínimos, 32% percebem uma melhora desde a volta de Lula ao poder, comparado com 18% que percebem piora. A percepção de piora aumenta entre as faixas de renda mais alta, chegando a 31% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos.
Descolamento da Realidade Econômica
A percepção do eleitor sobre a economia não reflete diretamente as dificuldades econômicas enfrentadas pelo governo. A inflação e o nível de emprego, indicadores que afetam diretamente a população, ainda não foram significativamente impactados pela crise. O aumento do PIB em 0,8% no primeiro trimestre, após seis meses de estagnação, foi impulsionado pela expansão do emprego e da renda dos trabalhadores, apesar das dúvidas sobre sua sustentabilidade.
Desempenho no Congresso
As derrotas no Congresso, incluindo a polêmica em torno do PL Antiaborto por Estupro, não afetaram a aprovação da gestão petista até o momento. Os grupos que apoiam ou desaprovam Lula mantêm o mesmo perfil desde a campanha eleitoral.
Comparação com Mandatos Anteriores
A aprovação atual de Lula é semelhante à registrada em 2004, durante seu primeiro mandato, quando tinha 35% de aprovação, mas com uma reprovação menor de 17% e 45% o viam como regular. Em seu segundo mandato, em maio de 2009, Lula tinha uma aprovação de 69%, com apenas 6% de reprovação e 24% de avaliação regular.
Comparação com Jair Bolsonaro
Comparado com seu antecessor Jair Bolsonaro (PL), Lula apresenta um nível similar de ótimo/bom, com 32% em junho de 2020, mas Bolsonaro tinha uma reprovação maior, com 44% de ruim/péssimo, e 23% o viam como regular.
Esses dados refletem a percepção pública e a dinâmica de aprovação e desaprovação do presidente Lula em seu terceiro mandato, em meio a desafios econômicos e políticos.
Ugo
19/06/2024 - 07h24
https://www.poder360.com.br/economia/brasil-cai-duas-posicoes-no-ranking-de-competitividade-global/