Durante uma coletiva de imprensa na Itália, onde participava da Cúpula do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados do Brasil, que trata do aborto após a 22ª semana de gestação como homicídio. Lula classificou a medida como “insanidade”, enfatizando que o aborto deve ser abordado como uma questão de saúde pública.
“Eu sou contra aborto, entretanto, como aborto é realidade, a gente precisa tratar aborto como questão de saúde pública. E eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso,” disse Lula. Ele também mencionou que irá se informar melhor sobre o debate ao retornar ao Brasil.
O projeto de lei ganhou urgência na Câmara na quarta-feira, o que levou a manifestações contrárias nas redes sociais e protestos em várias capitais do país. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o projeto não é do interesse do governo.
Na sexta-feira, após reações negativas, membros do governo se manifestaram firmemente contra o projeto. Entre eles, estavam os ministros Alexandre Padilha, Marina Silva, Cida Gonçalves, além da primeira-dama Janja da Silva.
Janja expressou preocupação em suas redes sociais, dizendo que o projeto “ataca a dignidade das mulheres e meninas” e criticou a aprovação rápida sem debates nas comissões temáticas. Ela destacou a importância de proteger e acolher mulheres e meninas, evitando revitimizá-las ou criminalizá-las.