Lula deve destinar mais de R$ 100 bilhões à agricultura familiar, mais que o triplo de Bolsonaro

Foto: Agência Brasil

Lula deve anunciar, ainda em junho, plano safra 24/25 superior a R$ 540 bilhões.

O Plano Safra 2024/2025 está praticamente finalizado e deve destinar R$ 540 bilhões para custeio e investimento aos agricultores de diferentes portes, sendo que R$ 430 bilhões serão destinados às chamadas lavouras comerciais e outros 110 bilhões à agricultura familiar. A informação sobre esse valor tem circulado desde alguns dias em veículos especializados.

Em 2023, o governo havia destinado um valor recorde de R$ 78 bilhões às lavouras familiares, após anos de asfixia durante o governo Bolsonaro, que repassou valores entre 20 a 30 bilhões de reais ao setor, muito abaixo de suas necessidades básicas. Bom lembrar que esse dinheiro não é “doado” pelo governo, mas apenas emprestado. Os índices de inadimplência da agricultura familiar, a propósito, são historicamente baixos.

O valor total destinado aos produtores rurais, comerciais e familiares, representa um aumento de cerca de 25% em relação ao plano anterior, que totalizou R$ 435 bilhões. A definição do plano avançou após uma reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com representantes de setores como máquinas agrícolas, agroindústrias e proteína animal, realizada há aproximadamente um mês em São Paulo. Durante o encontro, agentes do Ministério da Agricultura apresentaram dados técnicos para justificar a necessidade de mais crédito e menores taxas de juros para o setor.

O governo brasileiro deve divulgar o Plano Safra 2024/25 dentro de 15 dias, estimou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Ele disse que o volume de recursos para financiamentos será novamente recorde, mas não confirmou valores exatos.

“O plano safra que vai ser anunciado em 15 ou 20 dias será maior que o atual. O presidente Lula se comprometeu, assim como fez nos governos 1 e 2 dele, com planos sucessivos maiores… Vai ser um plano recorde de novo”, afirmou Fávaro a jornalistas.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reivindicou em abril ao governo um aumento de mais de 30% nos recursos para financiamentos do Plano Safra 2024/25 em relação ao ciclo passado, para 570 bilhões de reais.

A reunião também preparou o terreno para um acordo entre o Ministério da Agricultura e a equipe econômica da Fazenda, com detalhes do Plano Safra 2024/2025 quase fechados para o anúncio oficial no final de junho.

Ao ser questionado se o Rio Grande do Sul poderia ter uma atenção especial no novo plano safra, Fávaro afirmou que todas as medidas de apoio aos produtores já foram anunciadas pelo governo. “Não há nada mais excepcional do que anunciar um fundo garantidor, raramente se viu isso na história”, afirmou.

Apesar dos dois anúncios de Plano Safra em 2023 – um para a Agricultura Empresarial e outro para a Agricultura Familiar – para este ano, o Plano Safra deve considerar um valor global.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, destacou o esforço do ministro Fávaro e do secretário de Política Agrícola, Neri Geller, para atender às demandas do setor. Entre as demandas apresentadas ao governo, estão mais recursos para programas como Inovagro e Moderagro, e um aumento no limite de financiamento para aviários.

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