A Embraer, em parceria com a sueca Saab, está finalizando a montagem do primeiro avião de combate supersônico brasileiro, o F-39 Gripen.
O voo inaugural está agendado para 2025, marcando um avanço significativo para a indústria de defesa do Brasil. A produção ocorre em Gavião Peixoto, São Paulo, onde a fase final da montagem já começou.
O F-39 Gripen é resultado de uma colaboração entre Saab e Embraer, iniciada após o Brasil fechar um acordo com a Saab em 2013 para adquirir 36 caças, exigindo a transferência de tecnologia e a fabricação de 15 dessas aeronaves em território nacional. Este acordo abriu portas para que 350 profissionais da Embraer fossem treinados na Suécia.
A linha de produção brasileira, além de servir às necessidades das Forças Aéreas Brasileiras, visa também potenciais compradores na América Latina.
“Com a estrutura atual, há possibilidades de aumentar a produção se houver uma nova encomenda do Brasil, ou de outros países”, disse Häns Sjöblom, gerente geral da planta de Gavião Peixoto, em comunicado a imprensa.
O Gripen brasileiro, que está sendo montado sob rígidas medidas de segurança, incorpora tecnologia avançada com cerca de 35 quilômetros de cabos e 300 quilômetros de tubos que compõem seu “sistema nervoso“.
Além da produção, os caças passam por rigorosos testes para adaptá-los ao clima tropical, essenciais para garantir sua operacionalidade em condições de alta temperatura e umidade.
Recentemente, um caça F-39 de testes passou por ensaios em Belém, Amazônia, incluindo testes em condições extremas de clima.
Este desenvolvimento não apenas reforça a capacidade de defesa nacional, mas também coloca o Brasil mais próximo de se juntar ao seleto grupo de países capazes de produzir caças supersônicos.
A transferência de tecnologia como parte do acordo foi um fator decisivo para o Brasil, que escolheu o Gripen após comparações com outras ofertas internacionais.
O contexto geopolítico também influenciou as decisões de compra, como revelou a ex-presidente Dilma Rousseff, que finalizou a compra dos Gripen em 2013, após 18 anos de discussões.
A decisão veio após um incidente de espionagem dos EUA, o que levou o Brasil a optar por uma parceria considerada mais segura.
Enquanto isso, a Saab e a Embraer mantêm suas expectativas altas para futuras encomendas, tanto dentro quanto fora do Brasil. A demanda por defesa continua a crescer globalmente, impulsionada por conflitos contínuos e tensões geopolíticas, destacando o papel crítico da indústria de defesa na segurança nacional e internacional.
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