Cientista brasileiro pode ter descoberto a maior reserva de petróleo e gás do mundo na Coreia do Sul

Na última semana, Vitor Abreu, geólogo brasileiro e chefe de uma consultoria de 14 pessoas em Houston, Texas, chegou a Seul como uma figura de destaque, recebido por uma multidão de repórteres.

Sua empresa identificou o que pode ser um dos maiores depósitos de petróleo e gás do mundo na costa sul-coreana, conforme anunciado pelo presidente Yoon Suk Yeol. Esse achado promete um impulso energético significativo para a Coreia do Sul, que depende fortemente da importação de combustíveis.

O presidente sul-coreano detalhou que a descoberta pode conter até 14 bilhões de barris equivalentes de recursos, suficientes para cobrir quatro anos de consumo de petróleo e 29 anos de demanda por gás do país.

Esta informação impulsionou as ações locais de petróleo e gás e dominou as redes sociais por vários dias.

No entanto, o sucesso operacional da reserva é incerto, com previsões de que a produção só começaria dentro de sete a dez anos, e isso se estenderia além de 2050, período em que a Coreia pretende alcançar a neutralidade de carbono.

Durante uma coletiva de imprensa, Abreu gerenciou as expectativas, mencionando que, apesar do grande potencial da bacia ao largo da costa sudeste, a probabilidade de sucesso na produção de combustível é de apenas 20%, um padrão do setor. “Ainda é arriscado”, afirmou, sublinhando a possibilidade de 80% de insucesso.

O contexto é complicado pela história de explorações anteriores na mesma região. A Woodside Energy, após cerca de 15 anos de operações conjuntas com a Korea National Oil Corp., abandonou o projeto no ano passado, classificando a área como não prospectiva.

A ACT-Geo, empresa de Abreu, entrou e ganhou a oferta para continuar a avaliação em parceria com a KNOC em 2023.

Críticas não faltaram. A mídia sul-coreana levantou questões sobre o histórico da ACT-Geo, e políticos da oposição acusaram o presidente Yoon de se precipitar ao anunciar a descoberta antes de iniciar a perfuração.

Eles expressaram preocupação sobre o alto custo financeiro para os contribuintes, dada a incerteza dos resultados, que só serão conhecidos após a exploração, prevista para começar no início de 2025.

“O senhor pode apresentar muitas teorias, mas elas não serão comprovadas até que o senhor perfure os poços”, afirmou Suraya Tulot, analista sênior da Welligence Energy Analytics, ressaltando a natureza especulativa da descoberta.

Com os resultados ainda distantes, a comunidade e os investidores mantêm uma mistura de esperança e ceticismo sobre o verdadeiro impacto e viabilidade deste projeto.

Com informações da Bloomberg Linea

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