A Polícia Federal concluiu que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), está envolvido em uma organização criminosa e cometeu o crime de corrupção passiva, relacionado a desvios de recursos de obras de pavimentação financiadas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
De acordo com a Folha de S.Paulo, o ministro foi indiciado por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Até o momento, Juscelino Filho não comentou sobre o indiciamento. As irregularidades investigadas ocorreram em obras em Vitorino Freire (MA), cidade administrada por Luanna Rezende, irmã do ministro. Essas obras foram financiadas por emendas parlamentares indicadas por Juscelino durante seu mandato como deputado federal.
A Controladoria-Geral da União (CGU) informou que uma das obras investigadas beneficiou diretamente propriedades da família do ministro, sendo esse um dos principais pontos da investigação da PF.
O relatório final foi encaminhado ao ministro Flávio Dino, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação ganhou impulso após a descoberta de mensagens entre Juscelino e Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, empresário tido como sócio oculto da Construservice, empresa que realizou as obras.
As mensagens trocadas, obtidas durante a operação Odoacro, indicam conversas sobre a execução das obras e a alocação de emendas parlamentares. Segundo a PF, essas mensagens evidenciam a “atuação criminosa de Juscelino Filho” dentro da organização.
Em setembro de 2023, a irmã do ministro foi alvo de busca e apreensão. Embora um pedido de busca contra Juscelino Filho tenha sido negado pelo ministro Luis Roberto Barroso, seus bens foram bloqueados. O processo continua sob a supervisão de Flávio Dino no STF.