Segundo o ministro dos Direitos Humanos, porta-voz do governo nessas questões, o projeto de Lei que equipara o aborto legal acima de 22 semanas de gestação ao crime de homicídio é uma imoralidade que inverte valores civilizatórios básicos. É preocupante que a sociedade brasileira esteja discutindo se uma mulher estuprada e um estuprador têm o mesmo valor perante a lei, ou pior, se um estuprador pode ser considerado menos criminoso que uma mulher estuprada. Isso é um descalabro e um acinte.
Além disso, o PL é inconstitucional, pois fere o princípio da dignidade humana e submete mulheres violentadas a um tratamento discriminatório inaceitável, violando normas nacionais e internacionais. Esse projeto empurra a sociedade para um abismo de violência, indiferença e violação dos direitos humanos de meninas e mulheres, descredibilizando as instituições de Estado. Qual mulher vítima de violência sexual buscará apoio do Estado sabendo que pode ser mais penalizada que seu agressor?
Esse PL acelera a falência moral e jurídica do Estado e materializa juridicamente o ódio de parte da sociedade contra as mulheres. Como pai, filho, cidadão, jurista e Ministro de Estado, é inaceitável conformar-se com uma proposta nefasta, violenta, que agride as mulheres e beneficia estupradores.
Íntegra da opinião do ministro, publicada em suas redes sociais:
“O Projeto de Lei que propõe equiparar o aborto legal acima de 22 semanas de gestação ao crime de homicídio é uma imoralidade, uma inversão dos valores civilizatórios mais básicos. É difícil acreditar que sociedade brasileira, com os inúmeros problemas que tem, está neste momento discutindo se uma mulher estuprada e um estuprador tem o mesmo valor para o direito. Ou pior: se um estuprador pode ser considerado menos criminoso que uma mulher estuprada. Isso é um descalabro, um acinte.
Em segundo lugar, é um PL vergonhosamente inconstitucional, pois fere o princípio da dignidade da pessoa humana e submete mulheres violentadas a uma indignidade inaceitável, a tratamento discriminatório, o que não é permitido por nenhum parâmetro normativo nacional, ou internacional a que o Brasil tenha aderido.
Esse projeto empurra a sociedade brasileira para um abismo de violência, de indiferença, de violação institucional dos direitos humanos de meninas e mulheres. Coloca em descrédito ainda maior as instituições de Estado. Que mulher vítima de violência sexual irá buscar apoio do Estado sabendo que pode ser mais penalizada do que quem a violentou? Que mulher irá confiar no sistema de justiça brasileiro quando for estuprada? Este PL acelera a falência moral e jurídica do Estado.
Trata-se da materialização jurídica do ódio que parte da sociedade sente em relação às mulheres; é uma lei que promove o ódio contra mulheres. Como pai, como filho, como cidadão, como jurista, como Ministro de Estado eu não posso jamais me conformar com uma proposta nefasta, violenta e que agride as mulheres e beneficia estupradores.”