A sucessão de Arthur Lira (PP) na presidência da Câmara dos Deputados continua gerando desdobramentos, com rumores sobre as articulações nos corredores do Congresso revelando um cenário complexo e dinâmico.
Nas últimas semanas, alguns parlamentares começaram a perceber que a disputa pela presidência da Câmara pode ser controlada. “Disputa da Câmara é fake”, afirmou uma fonte do Congresso Nacional ouvida pela coluna, sugerindo que os nomes ventilados até o momento podem ser apenas “bois de piranha” — uma expressão usada para indicar figuras de distração ou fachada — e que, na verdade, os interesses de Arthur Lira e seu destino pós-presidência da Câmara seriam os definidores da disputa.
Entre os candidatos mais citados, Elmar Nascimento (União Brasil) aparece como um nome que deseja manter-se na disputa, embora seja quase certo o veto do governo ao seu nome. O Palácio do Planalto chegou a considerar oferecer-lhe um ministério para evitar atritos com o vindouro veto, mas essa ideia foi descartada. Recentemente, Elmar se esforçou para afastar a possibilidade de veto à sua candidatura, algo que alguns parlamentares da base governista já consideram como um fato consumado.
Circulam rumores de que Lira estaria alinhando a indicação de seu sucessor com o governo em troca de um ministério. Diante das diversas investidas do centrão no Ministério da Saúde, é possível que essa pasta esteja entre os interesses do deputado alagoano.
Parlamentares acreditam que Lira está trabalhando para assegurar um espaço relevante na administração federal, o que lhe daria poder e recursos para continuar sendo uma figura central na política brasileira.
Embora a política seja muito dinâmica, há meses há a percepção de que Elmar possui mais força devido à sua proximidade com o atual presidente da Câmara do que propriamente por ter votos suficientes para a sucessão. Afinal, no final do dia, os votos são de Arthur Lira.