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Lula joga duro com grevistas: “quem está perdendo é o Brasil e os estudantes”

“Eu acho que nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor. Quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros”, afirmou o presidente […]

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

“Eu acho que nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor. Quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante uma cerimônia no Palácio do Planalto. Lula disse que os dirigentes sindicais precisam “ter coragem” para encerrar as greves, contrariando os seus discursos anteriores. A greve nas universidades federais começou em 15 de abril.

A manifestação dos grevistas, que dura quase dois meses, pressiona o governo federal por melhorias salariais. A presidente da Andifes e reitora da UnB, Márcia Abrahão, cobrou uma solução para a questão salarial dos servidores das universidades, lembrando que outras categorias foram beneficiadas com reajustes. “São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor [presidente Lula] bem sabe, ainda mais quando comparamos com carreiras que tiveram reajuste recentemente”, afirmou a reitora. Ela destacou que há técnicos que chegam a ganhar menos de um salário mínimo e espera que o governo e os sindicatos cheguem a um acordo para pacificar a situação.

O Ministério da Gestão apresentou no último dia 15 sua proposta final aos docentes, que prevê reajuste de 9% nos salários para 2025 e 5% para 2026. No entanto, os servidores pediam reajuste de 7,06% já em 2024, de 9% em janeiro de 2025, e de 5,16% para 2026.

Em meio a essa pressão, o governo Lula lançou nesta segunda-feira (10) um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) específico para as universidades federais e hospitais universitários, com previsão de R$ 5,5 bilhões em investimentos. O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que o novo programa contemplará a construção de dez novos campi das universidades federais brasileiras, localizados em São Gabriel da Cachoeira (AM), Rurópolis (PA), Baturité (CE), Sertânia (PE), Estância (SE), Jequié (BA), Cidade Ocidental (GO), Ipatinga (MG), São José do Rio Preto (SP) e Caxias do Sul (RS).

Santana explicou que R$ 3,17 bilhões serão destinados à “consolidação” de obras já inicialmente previstas, como moradia estudantil e laboratórios. Além disso, R$ 600 milhões serão investidos na expansão das universidades federais, com a construção dos novos campi, e há previsão de R$ 1,75 bilhão para hospitais universitários. No entanto, a apresentação do ministro pode induzir ao erro, pois já havia R$ 1,5 bilhão previstos no Novo PAC para os hospitais universitários, resultando em um acréscimo de apenas R$ 250 milhões ao montante já presente no programa. Os oito novos hospitais universitários serão ligados às universidades federais de Pelotas (RS), Juiz de Fora e Lavras (MG), Acre, Roraima, Rio de Janeiro, São Paulo e Cariri (CE).

Durante a reunião com reitores de universidades federais e institutos federais no Palácio do Planalto, Lula destacou a importância de investimentos contínuos na educação e reafirmou o compromisso de seu governo com o setor. Ele também anunciou um acréscimo de R$ 400 milhões para o custeio das instituições federais, sendo R$ 279,2 milhões destinados às universidades e R$ 120,7 milhões para os institutos federais.

Lula enfatizou que os dirigentes sindicais precisam ter coragem para propor e negociar, indicando que muitas vezes os movimentos de greve não podem ser “tudo ou nada”. “A greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição, porque, se ela terminar, as pessoas ficam desmoralizadas”, afirmou o presidente. Ele acrescentou que não é possível ficar em greve a vida inteira por “3%, 2% ou 4%”.

Em sua fala, Lula deixou claro que a continuidade das greves nas universidades federais não beneficia o país e os estudantes, e apelou para que os dirigentes sindicais considerem o cenário atual e tomem decisões responsáveis. O presidente ressaltou que o governo está comprometido em investir na educação e melhorar as condições das universidades e hospitais universitários, mas que é necessário diálogo e negociação para resolver as demandas salariais dos servidores.

O anúncio do PAC para as universidades e hospitais universitários e o discurso de Lula durante a cerimônia no Palácio do Planalto visam mostrar a disposição do governo em atender às necessidades do setor educacional e, ao mesmo tempo, pressionar os sindicatos a encerrarem a greve que já dura quase dois meses. A expectativa é que, com os novos investimentos e a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Ministério da Gestão, seja possível chegar a um acordo que satisfaça ambas as partes e permita o retorno das atividades nas universidades federais e institutos federais.

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Helio Arantes

10/06/2024 - 14h28

Os dias de greve serão descontados? Ou serão negociados naquele faz de conta? Porque fazer greve e não perder os dias é muito fácil. Quando os operários fazem greve eles arriscam tudo. Já alguns setores, arriscam o que? Quantas greves fizeram no governo Bolsonaro?


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