Esquerda mineira busca união para enfrentar bolsonarismo em Belo Horizonte

Para discutir o futuro de Belo Horizonte frente a chegada das eleições municipais de 2024, os deputados e pré-candidatos à Prefeitura de BH, Bella Gonçalves (Psol) e Rogério Correia (PT), se reuniram, na quarta-feira (5), no Palácio do Planalto, em Brasília, com o presidente Lula (PT). Também participaram a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e as presidentas do Psol, Paula Coradi e Thais Console. Foto: Ricardo Stuckert.

Não é apenas São Paulo que terá uma disputa pela prefeitura extremamente nacionalizada e polarizada. Belo Horizonte também deve experimentar uma situação parecida. Segundo Paula Coradi, a nova presidente nacional do PSOL, “a disputa em Belo Horizonte vem sendo liderada por candidatos de direita, e nós chegamos à conclusão de que, nesse cenário, não dá para a esquerda ficar muito fragmentada”. A afirmação foi feita para a coluna Painel, da Folha.

Pesquisa feita no início de abril pela Futura Inteligência confirma o temor da esquerda mineira. O candidato apoiado por Bolsonaro, o deputado estadual Bruno Engler (PL), lidera a disputa, com 15% das intenções de voto. O senador Carlos Viana (Podemos), também de direita, tem 14,2%. O ex-deputado estadual João Leite (PSDB), próximo do ex-governador Aécio Neves, tem 10,9%. Na sequência, o deputado federal Rogério Correia (PT) tem 10,5%, a deputada federal Duda Salabert (PDT) aparece com 9,3% e o atual prefeito Fuad Noman (PSD) tem 8,8%. Todos os nomes estão empatados dentro da margem de erro.

O acordo em Belo Horizonte foi estabelecido durante uma reunião na última quarta-feira (5), que contou com a presença das lideranças do PT e do PSOL, além do presidente Lula. O PSOL decidiu retirar a pré-candidatura da deputada estadual Bella Gonçalves à Prefeitura de Belo Horizonte e apoiar o deputado federal Rogério Correia, candidato do PT.

Ainda há esforços para unificar a candidatura com a deputada federal Duda Salabert (PDT), mas, até o momento, ela continua com seu nome na disputa. Uma coligação em torno do atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que busca a reeleição, está inicialmente descartada, apesar de alguns aliados de Lula apoiarem essa ideia.

Fuad conquistou o cargo porque era vice do então prefeito Alexandre Kalil, que se reelegeu em 2020 com 63% dos votos válidos.

Em março de 2022, Alexandre Kalil (PSD) renunciou ao cargo de prefeito para ser pré-candidato ao governo de Minas Gerais. O vice-prefeito Fuad Noman assumiu a prefeitura de Belo Horizonte após a renúncia de Kalil. Na eleição estadual, Kalil foi derrotado na disputa pelo governo de Minas, perdendo também entre os eleitores de Belo Horizonte. O atual governador Romeu Zema (Novo) foi reeleito no primeiro turno, com uma margem mais apertada em BH. Zema foi escolhido por 46,56% dos eleitores da cidade, um total de 655.517 votos, enquanto Kalil teve 598.955 votos, representando 42,54% do total. No estado, Zema teve 56,18% dos votos contra 35,08% de Kalil.

Nas eleições presidenciais de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu em Minas Gerais, com 48,29% dos votos ante 43,6% de Jair Bolsonaro (PL). Em BH, o cenário foi diferente, com vitória do candidato à reeleição. O atual presidente teve 46,6% dos votos na capital, enquanto Lula obteve 42,53%.

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